Uma justa, sincera e humilde homenagem a um dos grandes homens desse mundo!
Enredo: "Preto e branco a cores"
Destino a minha vida
Minha luta pela liberdade
A nove filhas de um só coração
Ao Sul do berço da humanidade
O Anjo Invasor me deu a cor, mas cor não tenho
Eu tenho raça e a cada farsa, a cada horror
O meu empenho, meu braço, meu valor
Se ergueu contra o monstro da cobiça
Caveirão da injustiça, filho da segregação
Liberto permanece o pensamento
Ele foi meu alento
Quando o corpo foi prisão
O nosso herói Mandela é
Senhor da fé, clamou o povo
E o Tigre encontra no Leão
A maior inspiração de um mundo novo
Do gueto, um palco de glória
Corre em meu sangue a história
Num mundo misturado
Matizado com as cores deste chão
Um canto a ser louvado,
ser humano ante a fome e a privação
Museu da Favela Vermelha
Minha alma se espelha na face do irmão
É hoje, vou cantar
Minha gente é o lugar que eu sempre quis
Na Avenida, meu irmão, vou abraçar
Viver a igualdade e ser feliz
Liberdade, pelo amor de Deus
Liberdade a este céu azul
É minha terra, orgulho meu
Porto da Pedra canta a África do Sul
E para fechar, o poema que inspirou o mestre em seus longos anos de prisão, chamado "Invictus":
Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável
Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida
Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.
Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.
O poema é de autoria do britânico William Ernest Henley.
Pois é né, chegando final de ano, natal, réveillon, férias escolares e logo logo surgirão na televisão uma vinhetas muito peculiares e uma mocinha, sambando magistralmente!
O que isso sugere a todos?
Mas, ao ver os desfiles, na maioria das vezes não conseguimos imaginar o trabalho que levou cada agremiação a apresentar aquele espetáculo. Isso acontece também por que a grande mídia que cobre este evento não o valoriza devidamente ao longo de todo o ano, quando o trabalho árduo de milhares de anônimos acontece.
Hoje, dando o pontapé inicial à cobertura do carnaval 2014 deste blog, falaremos de alguns dos principais passos da elaboração dos desfiles. Não pretendemos entrar nas minúcias, mas sim fazer um apanhado geral dos principais fatos que envolvem o desenvolvimento da maior manifestação da cultura popular genuinamente brasileira, produto de exportação.
Tudo começa no final! Mas como assim? Ora, tudo começa quando o carnaval termina!
Realizadas as premiações, alguns felizes, outros satisfeitos, indignados, revoltados, conformados, tristes, enfim...
A vida continua e a construção do carnaval do ano seguinte recomeça, inicialmente com as avaliações do que esteve a contento e do que deve ser melhorado.
Assim como no futebol, ocorrem os troca-trocas de carnavalescos, mestres de bateria, mestres sala e porta bandeiras, coreógrafos de comissão de frente, diretores de harmonia, evolução!
Feito isso, surgem as propostas de enredo para o novo desfile. Estas sugestões ocorrem das mais diversas formas: através de cartas, e-mails, propostas de empresas, patrocínios, desejos das próprias escolas, sugestões dos carnavalescos, sobretudo.
Após a árdua tarefa de escolher um tema que será trabalhado durante todo o restante do ano e conduzirá a escola na avenida, começa o desenvolvimento do enredo propriamente dito, afim de elaborar a sinopse, orientadora de todo o desenvolvimento posterior, dos figurinos, carros, samba, etc.
Como exemplo de sinopse, trazemos o material da atual campeã do carnaval do Rio de Janeiro, a Unidos de Vila Isabel, que trará o enredo "Retratos de um Brasil Plural":
Sinopse do enredo
É o Brasil um gigante pela própria natureza! Um gigante feito de
rochas, terra e matas que moldam sua figura, dos bichos e pássaros que
vivem em seu corpo e dos rios que correm em suas veias. Um gigante que,
por muito tempo, ficou adormecido enquanto seu corpo era mutilado e suas
riquezas saqueadas. Mas é na força do povo, presente nos ritos e
celebrações, na musicalidade, nos folguedos, nos causos, no imaginário
coletivo e nas ações de preservação, que encontramos a alma deste imenso
Brasil. Uma alma viva, que se manifesta e faz vibrar o corpo do gigante
lhe fazendo despertar.
Vamos então, seguindo a trilha deixada por Câmara Cascudo,
encontrar os "desertões" africanos que "batizaram" os cafundós da nossa
terra e, partindo da nossa Costa Marina, adentrar os nossos sertões numa
viajem para desnudar o corpo e reverenciar a alma deste imenso Brasil.
Separando as Costas daqui e de lá estava o "Oceano Tenebroso", como um espelho d’água a refletir a triste imagem da escravidão.
Mas foi do meio do "desertão" da África tribal, e não do vai e
vem do litoral, que herdamos a alegria das festividades e a
espontaneidade do cantar e do dançar e que desaguaram no vasto estuário
da nossa cultura popular.
Do lado de cá, os lusitanos também se fixaram como "caranguejos",
ocupando todo o litoral, berço da exuberante e diversificada Mata
Atlântica, criando as diversas regiões coloniais e espalhando os
"dejetos" da civilização e do progresso. Diferentemente das terras
costeiras, onde os nativos e negros trabalhavam como escravos na
exploração das riquezas, os "sertões selvagens" e desconhecidos ficaram
renegados à própria sorte. Mas, enquanto os "civilizados" do
litoral derrubavam a floresta original, os lampejos de "brasilidade"
espocavam aqui e acolá: os nativos fizeram o colonizador "dançar" e os
minuetos escaparam do salão para as varandas e dali para os congos,
batuques e cucumbis dos terreiros negros. Seja nas procissões, seja nas
danças, iniciou-se o "embaralhamento" como traço marcante desse
barroco-latência que nos constituiu.
Mas se, mesmo dilacerado, o litoral foi o ventre gerador, foram os
solos desprezados dos sertões que guardaram e protegeram as tradições
mais autênticas que do Brasil floresceu. Foi ali, na dureza da lida e da
vida afastada da cidade, e não do litoral, lugar onde imperavam as
transformações rápidas, que chegavam por meio das regiões portuárias,
trazendo mercadorias e idéias que não tinham correspondência com os
valores do nosso solo, que vingou a nossa legítima "alma" brasileira.
É o momento de redescobrir na simplicidade da sombra de um
cajueiro, do trabalho das rendeiras e das xilografias do cordel, a
passagem que nos leva ao Reino do Cangaço, o fabuloso cenário onde
Lampião e seus compadres se encontram com as cortes do sertão. E
vislumbrar entre mandacarus, xique-xiques, facheiros e coroas de frades,
a misteriosa "floresta Branca" onde o homem das caatingas, entre uma
oração pedindo chuva e uma reza amaldiçoando a morte, nos mostra toda
riqueza e esplendor onde antes acreditava-se existir apenas o vazio, o
deserto e a morte camuflada e escondida na poeira. E quando a chuva cai
do céu, por milagre ou pura sorte, o branco se torna verde e a vida
vence a morte.
E o verde tem mais cor! Deixe-se, então, seduzir pelo canto do
uirapuru e seja conduzido ao Reino das Amazonas, as senhoras do
"Inferno Verde", onde o cangaceiro das caatingas se transforma em barão
seringueiro e protetor da copaíba, da andiroba, do babaçu e do buriti.
Vem do coração da mata a lição, vem do sertanejo amazônico o exemplo:
que a corrente que agora enlaça os troncos, diferentemente daquela
puxada por tratores assassinos, seja uma corrente que junte os elos da
preservação herdados de Chico Mendes e abençoados pelos seres
encantados!
Liberte-se das amarras e permita que o seu pensamento lhe
transporte até os Sertões dos Cerrados nos acordes de uma moda de viola
para conhecer o Reino de Morená e desbravar a intrigante "floresta de
cabeça para baixo" com suas quebradeiras de coco e a riqueza do capim
dourado. É a grande oca onde os povos do Xingu realizam o Kuarup em
honra aos ancestrais mortos enquanto os deuses sagrados lutam contra o
boitatá de fogo para impedir a queimada do seu território. E assim, sob
reluzente céu azul anil, protegido esteja o berço das águas do Brasil.
Mas não tenha medo! Feche os olhos, ouça o suave canto da
Mãe-D’água e, no vai e vem das águas, no subir e descer das marés, se
deixe levar até a Baía de Chocoreré no Pantanal onde o Barco Fantasma
com sua bandeira mal assombrada navega ao som do hino do Divino para
proteger o lugar. E fecha a porteira e segura o gado! Boi, boi da cara
preta não derrube essa cerca porque o pantaneiro não tem medo de careta.
Pois aqui tem boi verde do bem e gente que vira bicho sem ninguém
estranhar! São tantos mistérios e "causos" que é preciso muito tempo
para gente contar.
Dê tempo ao tempo e asas à sua imaginação e voe com a Gralha Azul
aos Campos do Sul e também se torne um protetor dos pinheirais. E não
perca o rodeio que está para começar: tem pinhão e peão na peleja! E tem
o Negrinho do Pastoreio todo prosa em seu cavalo de pau querendo ser o
vencedor e o Caipora faceiro sentado em um porco do mato também tem o
seu valor. Mas o tempo está acabando e o torneio chegando ao final.
Levantemo-nos das nossas selas confortáveis do descaso, porque
para sermos os campeões dessa corrida precisamos ter atitude e pararmos o
ganancioso relógio da devastação! É hora de ouvirmos os nossos
corações, porque o coração é o que está dentro, é o sertão de cada um!
Eis o reconhecimento da Unidos de Vila Isabel a todos os "Chicos" e
"Câmaras Cascudos" anônimos espalhados pelo Brasil! Hoje somos "Vila" e
"Herdeiros"! Herdeiros do respeito a nossa natureza e do amor às coisas
do nosso país!
Protegendo o "corpo" como fez Chico e a "alma" como fez Cascudo,
estaremos preservando a VERDADEIRA NATUREZA do nosso gigantesco país e
revelando as cores e matizes que retratam um Brasil Plural!
Para a elaboração deste vasto e rico material, idealizado pelo carnavalesco e geralmente com assessoria de uma equipe que conta com pesquisadores e historiadores, tem-se os marcos norteadores da história que será apresentada no desfile. Este material guiará a elaboração de fantasias, alegorias e do hino da escola, o samba de enredo oficial!
Trata-se de um processo minucioso e que será explicado um pouco mais na próxima semana!
Até a próxima semana com mais um pouco do melhor do carnaval!
Fiquem com uma amostra dos bastidores do maior espetáculo da terra! No vídeo, Milton Cunha, grande carnavalesco, trabalhou em diversas escolas no grupo especial do Rio de Janeiro e comentarista de desfiles!
As recentes manifestações que multiplicaram-se pelas ruas do Brasil foram saudadas como o despertar do gigante adormecido. Pois bem, louváveis protestos pacíficos e justíssimos, diga-se de passagem. Mas, o que gostaríamos de salientar é que muitos dos temas dos revoltosos já foram pauta do desfile das escolas de samba e como maior manifestação popular do país e uma das maiores do mundo, já demonstrava que certas coisas não funcionam como deveriam neste país há muito tempo. Veremos alguns desses temas:
A década de 80, especialmente após o processo de redemocratização foi repleta de citações e questionamentos através dos enredos, especialmente do Rio de Janeiro, que por sua vez, teve e continua tendo os protestos mais fortes e representativos, sobretudo em relação à quantidade de pessoas envolvidas. É justamente na década de 80 que começamos, com o enredo "Bar Brasil, templo do absurdo", da Unidos da Tijuca no ano de 1988, cuja letra foi:
Brasil... Bar Brasil
Berço das grandes resoluções
Pra quem se queixa que dá um duro danado
E é mal remunerado
Pro revoltado com as broncas do patrão
Ai, quem me dera se eu fosse um marajá (obá)
Ganhasse a vida sem precisar trabalhar
Mas acontece que é só a minoria
Que desfrita a mordomia
Nessa tal democracia
Apertaram o gatilho num salário baleado
Outra piada depois desse tal Cruzado (bis)
E segue o tormento
"Congelaumentos"...
É o preço da alimentação (que confusão)
O medo de sair, ser assaltado
E o plano mal traçado
A bomba que estourou em nossas mãos
As brigas com a patroa em casa
E o time que só faz perder
Não dá pra segurar, já chega de sofrer
Quero poder bebemorar
Êta papo pra rolar
No templo do debate popular
Pobres e ricos falam da dívida externa (bis)
Dos problemas desta terra
E se perguntam onde a coisa vai parar
Como podemos ver, a coisa já não andava muito bem, tanto na vida cotidiana do povo, quanto nos palácios e tribunais, como foi visível no enredo "Direito é direito" da Unidos de Vila Isabel em 1989:
É hora da verdade
A liberdade ainda não raiou
Queremos o direito de igualdade
Viver com dignidade
Não representa favor
Hoje, a Vila se faz tão bonita
E se apresenta destemida
Unida pelos mesmos ideais
Lutando com a maior sabedoria
Contra os preconceitos sociais
A Declaração Universal
Não é um sonho, temos que fazer cumprir
A justiça é cega, mas enxerga quando quer
Já está na hora de assumir (eu sei)
Sei que quem espera não alcança
Mas a esperança não acabará
Cantando e sambando acendo a chama
E sonho um novo dia clarear
Clareou
Despertou o amor, que é fonte da vida (bis)
Vamos dar as mãos e lutar
Sempre de cabeça erguida
E quando o amanhã surgir, surgir
A flor da paz se abrir, se abrir
Será prosperidade
A brisa vai trazer mais alegria
No mundo haverá fraternidade
Direito é direito
Está na declaração (bis)
A humanidade
É quem tem razão
Logo após o fim de um regime autoritário, é até normal que muitos protestos e reivindicações busquem tudo aquilo que foi deixado de lado durante o regime, mas se pularmos alguns anos, vamos perceber que as manifestações continuam e os desfiles, sobretudo de escolas que tem mais ligação com as classes mais necessitadas do povo, refletem essas dificuldades diárias na luta pela sobrevivência, como no caso do enredo "Verás que um filho teu não foge à luta" do Império Serrano em 1996. Cabe salientar que o título do enredo da escola foi uma das principais frases dos movimentos de 2013, e aí já se vão mais de 15 anos:
O povo diz amém
É porque tem
Um ser de luz a iluminar
O moderno Dom Quixote
Com mente forte vem nos guiar
Um filho do verde esperança
Não foge à luta, vem lutar
Então verás um dia
O cidadão e a real cidadania
Quero ter a minha terra, ô ô ô
Meu pedacinho de chão, meu quinhão
Isso nunca foi segredo
Quem é pobre tá com fome
Quem é rico tá com medo (bis)
Vou dizer...
Quem tem muito, quer ter mais
Tanto faz se estragar
Joga no lixo, tem bugica p'ra catar
Senhor, despertai a consciência
É preciso igualdade
O ser humano tem que ter dignidade
Morte em vida, triste sina
Pra gente chega de viver a Severina
Junte um sorriso meu, um abraço teu
Vamos temperar
Uma porção de fé, sei que vai dar pé
Não vai desandar
Amasse o que é ruim, e a massa enfim
Vai se libertar
Sirva um prato cheio de amor
Pro Brasil se alimentar
Eu me embalei p'ra te embalar
No balancê, balancear
Vem na folia
Chegou a hora de mudar
O meu Império vem cobrar democracia (bis)
Os regimes democráticos em consolidação como é o caso do Brasil ainda precisam saber lidar com essas manifestações e questionamentos, sobretudo, saber perceber quando podem estar sendo utilizados por grupos específicos que desejam e beneficiam-se da instabilidade política e econômica dos países. Se dermos mais um salto no tempo, chegaremos à 2004 com o enredo "Boi voador sobre o Recife, cordel da galhofa nacional", da sempre irreverente São Clemente, que abordava muito especificamente a classe política e a tradição de desqualificação da classe dirigente do nosso país, jovem e que talvez por esse motivo ainda cometa alguns deslizes no momento de escolha de seus representantes:
A COBRA VAI FUMAR DE ALÉM MAR, AO MAR DE LAMA GOSTOSO É PECAR, SE LAMBUZAR NO MEL DA CANA ÍNDIAS QUE NÃO ESTÃO NO MAPA NA BOQUINHA DA GARRAFA, CHEIAS DE AMOR PRÁ DAR O TAL BATAVO COMEÇOU AVACALHAR E COMO BRASILEIRO GOSTA DE UMA OBRA NASSAU FEZ ATÉ DE SOBRA MASCARANDO O LEÃO, DO NORTE LUGAREJO SEM SAÚDE ONDE A MAIOR VIRTUDE ERA VIVER DE ARMAÇÃO MACUNAÍMA, ANTI HERÓI IDOLATRADO AQUI TUDO FOI TRAMADO, PRA VIRAR ESCULHAMBAÇÃO
TODO MUNDO PELADO, BELEZA PURA TODO MUNDO PELADO, MAS QUE LOUCURA NINGUÉM SEGURA A PERERECA DA VIZINHA É UM BARATO A BUZINA DO CHACRINHA
ERA A CORTE UM REBÚ SE OUVIU O SURURÚ, VAI PRÁ PONTE QUE PARTIU COM O LARANJA ENDIVIDADO O PEDÁGIO FOI COBRADO, O PRIMEIRO DO BRASIL O BOI VOOU, COMEÇOU A ROBALHEIRA A GALHOFA, A BANDALHEIRA, PRÁ CHACOTA NACIONAL MAS TIRA O OLHO, NINGUÉM TASCA EU VI PRIMEIRO TEM MUITO BOI BRASILEIRO, PRÁ COMER NESSE QUINTAL
ONDE A ZORRA VAI PARAR EU TÔ SOFRENDO, MAS EU GOZO NO FINAL A SÃO CLEMENTE FAZ A GENTE ACREDITAR QUE NO BRASIL O QUE É SÉRIO É CARNAVAL
Pois é, mas muitas vezes, vemos os problemas que são causados por aqueles que estão lá longe, nos palácios e gabinetes e esquecemos de como somos tratados por aqueles que estão logo acima de nós, os chamados "patrões" visíveis e aqueles invisíveis, que alimentam-se de nosso suor pelo cruel capitalismo, que se vale dos meios de comunicação para atingir silenciosamente muitos de seus objetivos, orquestrados pelos grupos de direita.
Em seus enredo "Com licença, eu vou à luta!", a Tom Maior em 2007 buscou chamar a atenção para a exploração sofrida pela classe trabalhadora brasileira e apontou alternativa para a superação dessa situação no Brasil, ou seja: aquela que todos já sabemos mas que é tão difícil de ser levada à cabo, a Educação!
Numa era industrial
A ambição, gerou ganância e cobiça
Máquinas devoram o trabalhador
Uma escravidão...Onde o capital é o que importa
Se o tempo é dinheiro a ganhar
A vida é só trabalhar
Pra sobreviver, não basta!
Surgem movimentos pelo mundo
Irmanados por um ideal
Pra nossa dignidade
"1º de Maio", conquista universal
Quero ter o meu direito, chega de exploração
Com licença, eu vou à luta (BIS)
Faço greve, vou pra rua
Digo não a opressão
Está em nossas mãos
Transformar o sonho em realidade
Acreditar num mundo com mais igualdade
Sindicatos livres no País
A força do "ABC", nossa raiz
Quero ter salário justo e um melhor viver
Pro crescimento da nossa Nação, educação
Acorda Brasil... A nossa gente vale ouro
O "Trabalho" é nosso tesouro
Orgulho dessa Pátria Mãe Gentil.
Sou TOM MAIOR amor... (Meu amor)
Razão do meu viver... (REFRÃO)
Alô companheiro de luta e de fé
A nossa união vem do Sumaré
Enfim, o que desejamos mostrar ou pelo menos é o que cremos, é que já sabemos os problemas que enfrentamos e já identificamos muitos dos causadores dessas dificuldades. O que precisamos é descobrir uma forma de deixar a comodidade dos sofás e buscar agir para que possamos mudar essas situações.
Discutir política e não tratar de forma preconceituosa esse campo de luta por melhorias de vida. Sábios já disseram que aqueles bons que não gostam da política passarão a vida toda sendo comandados por aqueles maus que gostam!
Então, fica a dica: VAMOS AGIR!
O GIGANTE SEMPRE ESTEVE ACORDADO, pelo menos quando se trata das escolas de samba!
Essas duas características muitas vezes são consideradas incompatíveis. Como ser jovem e já possuir experiência? Como ter experiência e continuar sendo jovem? Será isso possível?
As escolas de samba nos dão muitos exemplos de que é possível manter a juventude com a experiência de décadas de carnavais. E da mesma forma, é perfeitamente factível ter grande experiência demonstrada através de desfiles grandiosos e bem executados, apesar da juventude de certas escolas.
É sobre essa dualidade que vamos refletir na postagem dessa semana:
Dragões da Real - Uma escola oriunda de uma torcida organizada do futebol de São Paulo e que tem apenas 2 anos de desfile no grupo especial do carnaval, mas apesar disso, demonstra uma qualidade muito grande, em todos os quesitos. Um pouco por que buscou profissionais de grande experiência e por que observou e organizou-se muito durante o tempo em que esteve nos grupos de acesso. Vejam a qualidade apresentada no carnaval 2013, que levou a escola ao quarto lugar do grupo especial!
Assim como existe a juventude experiente, existe a experiência que se atualiza e revigora a cada carnaval, como por exemplo a Unidos da Tijuca do Rio de Janeiro. É uma das mais antigas escolas do carnaval carioca, fundada em 1931, mas que nos últimos 10 anos dá show de originalidade e contemporaneidade através, sobretudo, do trabalho de seus talentosos carnavalesco e comissão de frente.
VEja a seguir alguns exemplos de fatos marcantes em seus últimos desfiles:
Essa originalidade, juventude, levaram a escola a dois títulos e vários vice campeonatos, além do destaque da mídia especializada e geral em todos os anos. Hoje em dia, espera-se a Tijuca para ver suas novidades!
Mas, existem também os exemplos contrários, tradicionalíssimas escola que não conseguem se atualizar, oxigenar-se e sofrem nos grupos de acesso ou mesmo tem dificuldades em se manter nos grupos especiais ou ainda tornaram-se escolas chamadas de ioio por causa das quedas e acessos frequentes.
Nesse grupo podemos destacar Império Serrano e Nenê de Vila Matilde, ambas multi campeãs mas que nos últimos anos vêm tendo dificuldades em manter uma sequência ou mesmo encontrar um meio termo entre sua tradição e a necessidade de tornarem-se competitivas no modo de organização atual dos desfiles.
Em outra situação estão escolas que em outros momentos apresentaram-se como novidade, jovens ou mais experientes, mas que hoje ressentem-se de vícios e características que as tornaram anciãs, como por exemplo Mocidade Independente de Padre Miguel do Rio de Janeiro, que na década de 90 revolucionou o carnaval com seus traços futuristas e tecnológicos mas que atualmente sofre demais com a perda de uma referência própria, como se auto questionasse: Que escola sou? aquela tradicional, que a idade revela ou aquela jovial que os desfiles a tornaram no final do século passado? Questão de difícil equação.
Para citar um exemplo paulistano, a jovem Império de Casa Verde, bicampeã do carnaval que obteve vários acessos seguidos e atropelou as tradicionais tornando-se a mais jovem escola campeã do carnaval, hoje não consegue mais se encontrar, criando uma irregularidade nos últimos carnavais.
O que queremos mostrar é que a Juventude não exclui a experiência e tão pouco a experiência é incompatível com a jovialidade. Ambas são características que podem muito bem coexistir, em todas as áreas. Trata-se mais de uma postura e de se manter aberto ao diálogo, às novas ideias e a critividade.
Para finalizar, o exemplo mais recente de experiência misturada com jovialidade, invenção, criatividade. Foi o desfile campeão do carnaval carioca: Unidos de Vila Isabel, através da mega experiente Rosa Magalhães e do jovem presidente Wilsinho.
Voltando mais uma vez às atividades do blog, aproveitamos o dia do trabalho! Essa homenagem já foi feita também pelas escolas de samba em mais de uma oportunidade! Escolhemos dois enredos, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro para explorar o assunto:
TOM MAIOR 2007 - "COM LICENÇA, EU VOU À LUTA!"
Sou TOM MAIOR amor... (Meu amor)
Razão do meu viver... (REFRÃO)
Alô companheiro de luta e de fé
A nossa união vem do Sumaré
Numa era industrial
A ambição, gerou ganância e cobiça
Máquinas devoram o trabalhador
Uma escravidão...Onde o capital é o que importa
Se o tempo é dinheiro a ganhar
A vida é só trabalhar
Pra sobreviver, não basta!
Surgem movimentos pelo mundo
Irmanados por um ideal
Pra nossa dignidade
"1º de Maio", conquista universal
Quero ter o meu direito, chega de exploração
Com licença, eu vou à luta (BIS)
Faço greve, vou pra rua
Digo não a opressão
Está em nossas mãos
Transformar o sonho em realidade
Acreditar num mundo com mais igualdade
Sindicatos livres no País
A força do "ABC", nossa raiz
Quero ter salário justo e um melhor viver
Pro crescimento da nossa Nação, educação
Acorda Brasil... A nossa gente vale ouro
O "Trabalho" é nosso tesouro
Orgulho dessa Pátria Mãe Gentil.
Uma verdadeira apoteose ao trabalhador brasileiro!
No Rio de Janeiro a escola de samba Unidos de Vila Isabel contou a história do trabalho no Brasil através dos nossos mais de 500 anos! Um enredo muito embasado na história oficial, com justas citações aos índios e neegros, assim como aos povos imigrantes, verdadeiros construtores de nossa nação.
VILA ISABEL 2008 - "TRABALHADORES DO BRASIL!"
É mais que um samba o que se criou
É um hino ao povo trabalhador
A louvação a nossa gente
Vista indolente, pelos olhos da ambição
Nativa cor que foi presente
Pintou as dores da escravidão
A resistência mudou de cor e renasceu
Com a força e a fé do negro
E ao quilombo ascendeu
Nosso ideal de liberdade
Cansado de ter nos ombros
Descanso do senhor, ecoou...
Que o brasileiro tem o seu valor!
Meu Deus ajude o trabalhador!
E a imigração cruzou o azul do mar
Em nosso campo ver a vida melhorar
Voz de quem resistiu, a Era Vargas ouviu
Consolidar nossas conquistas,
Em direitos trabalhistas,
Comemora quem tanto lutou
Tempo de industrialização,
Candangos, então, erguem Brasília
Sindicato consciente,
Terra para nossa gente cultivar democracia
Avante trabalhadores de Vila Isabel
Quem faz a hora não espera acontecer
Suor dessa gente, construiu esta nação
Verdadeiros filhos deste chão
Hoje é dia do trabalhador
Que conquistou o seu lugar
E vai nossa Vila, fazendo história
Pra luta do povo eternizar
Um desfile grandioso para uma justa homenagem:
E para finalizar, alguns momentos desse desfile exuberante e muito bem elaborado:
Este blog deseja a todos os trabalhadores brasileiros um feliz dia do trabalho e sonha sinceramente com o dia em que não haja mais nenhum digno trabalhador que receba menos do que um salário justo e que possa garantir a sua sobrevivência e que as famílias possam criar seus filhos de uma forma qualificada! Justiça social para todos, assim como saúde, educação e uma boa qualidade de vida!
Além disso, como professor, desejo sinceramente a todos meus colegas de profissão, um excelente dia de descanso àquele profissional responsável pela formação inicial de todos os outros trabalhadores e que merece todas as homenagens porque é simplesmente IMPRESCINDÍVEL!
Alvo de muitas críticas por ter um dos integrantes envolvidos na "bagunça" que aconteceu na apuração do carnaval de 2012 a escola perdeu força nos últimos anos! A bicampeã do carnaval de São Paulo já vem armargando posições intermediárias e perto da zona de rebaixamento nos últimos carnavais. Pelo visto, isso pode se repetir em 2013.
O tema escolhido, a cura dos males, enfocando a medicina, não tem nenhuma novidade mas foi bem explicado ao longo do desfile. Porém, a evolução foi lenta, sem empolgação, apenas cumprindo seu papel. O samba não emocionou e ajudou a tornar o desfile um tanto arrastado. As alegorias que sempre foram muito grandiosas, pecavam um pouco no acabamento.
“Brilhou o sol, iluminando um novo dia
A Casa Verde está em festa, num ritual de magia
Oh mãe natureza! Com suas riquezas
Emoldurada pelo Criador
Um lindo jardim se ergueu
A sabedoria enfim floresceu
Do Egito veio a medicina
A cura divina, vontade dos Deuses
Dos elementos, energia milenar
No oriente o equilíbrio alcançar
Atoto Obaluaiê…Obaluaiê
Peço a sua proteção, eu peço axé
Curandeiro, sou a cura e a salvação
Canto meu destino em oração
Quero falar de amor
A saudade se foi, não vamos chorar
Uma terapia pra curar a dor
O nosso remédio é sambar
Aplausos à quem pela vida sempre lutou
E assim mostrou, que a ciência é o caminho a seguir
Quem canta seus males espanta
A minha voz ninguém vai calar
Imperiano eu sou,
Não desisto de lutar!
Império é amor, paixão
A cura do corpo e do coração
Meu tigre guerreiro, é raça e emoção
A força de uma nação”
Escola que vem apresentando bons resultados e grandes desfiles nos últimos anos continuou com sua trajetória ascendente em 2013 com uma homenagem ao caipira Mazzaropi. O tão sonhado título da escola pode não vir esse ano mas com toda a certeza o desfile permite acreditar em uma colocação entre as primeiras, algo que permita sua volta ao desfile das campeãs.
Uma grande presença no desfile da Tucuruvi foi o intéerprete Igor Sorriso, que também defende a São Clemente no Rio de Janeiro. Trata-se de um jovem intérprete e fez do samba da escola um fundo musical muito qualificado para o desfile.
“Sai da frente, a alegria vai passar
Sou Mazzaropi, artista popular
Nos palcos da vida, te faço sorrir
Aplausos, lá vem Tucuruvi!
Hoje tem gargalhada, tem sim senhor!
Vou cair na folia
Minha fantasia é feita de amor
Pela arte, quis o destino
Corre nas veias um dom divino
No picadeiro, fui aprendiz
O teu sorriso me faz feliz
Quando a cortina se abriu
O maior dos caipiras surgiu
Do interior paulista pra todo meu Brasil
A carrocinha levou o gato da madame
Vendedor de linguiça não vende salame
O Jeca Tatu não é puritano… Ha! Ha! Ha!
Ele é corintiano
Está no ar, “pro cêis” escutar (laiá laiá)
Nas ondas do rádio, piadas, canções
Da tela da tv eu fiz espelho pra gente se ver
No Rancho Alegre encontro com você (vem me ver)
No cinema nacional, entro em cena de novo
Sucesso, tá na boca do povo!
Atrás de um sonho eu vou
O final feliz encontrar
A estrela do meu Carnaval (lá do céu)
É a força que vai me guiar”
A homenagem a Coréia do Sul lembra muito a homenagem que a própria Vila Maria realizou aalguns anos atrás a outro país oriental. Nos parece ser um problema para o carnaval, lidar com a variedade de cores presente na cultura dos povos orientais. A escolas de samba acabam não sabendo lidar corretamente com todas essas opções de cores no trabalho.
Mesmo assim, o enredo foi bem estruturado e montou um mapa cultural bem definido sobre as características do país. O samba não chama muita atenção, cumpridno satisfatoriamente seu papel. Enfim, o desfile não permite à escola sonhar com realizações maiores como o título, assim como não deixa dúvidas em relação ao descenço. Acreditamos em um posicionamento médio no resultado final.
“Quando meu pavilhão girar
Meu povo vai cantar feliz
“Made in Korea”, emoção que contagia
Com muito orgulho, sou Vila Maria
Recomeçar, lutar sem desistir
Tá no sangue feroz dessa gente
Trilhar um caminho, buscando a vitória
Um laço de união, modernidade e tradição
Chegou ao meu país, com a força de um dragão
Brilhou tão bela cultura,
Costumes que encantam e fascinam o olhar
O tigre rugiu para o mundo,
Tecnologia moldando o futuro
Pode aplaudir, celebrar,
Sambando no pé
Cinqüenta anos de amizade
Comunidade guerreira, “man sé”!
Milagre nas águas de um rio, espelho da evolução
A fé esculpida na arte
Revela os traços da diversidade
Na culinária a perfeição, tempero pro meu paladar
No esporte a pureza da alma, sabedoria milenar
Coréia, ditando moda neste Carnaval
Minha vila vai te exaltar
E a batucada vai emocionar”
A vermelho e amarelo trouxe um enredo que foi muito complicado em outras ocasiões quando abordado por várias escolas. Porém, o desenvolvimento do enredo sobre os desejos, a sexualidade, foi feita de uma forma muito tranquila, serena, sem os tradicionais exageros e inclusive certo mau gosto quando o assunto era trabalhado.
Com o enredo "parqque dos desejos" e um samba que se transformou em um gostoso fundo musical a escola se credencia para a briga pela volta no desfile das campeãs! Vale lembrar que os enredos patrocinadoss multiplicam-se nos carnavais de São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, não iremos aqui demonizar esses acordos. Todo o dinheiro do mundo não vale absolutamente nada se for mal utilizado! No caso da Tom Maior, todo centavo foi utilizado de uma forma muito qualificada.
“Vamos viajar na imaginação
Ser feliz no “Parque dos Desejos”
Cada fantasia uma emoção
Pode se entregar não tenha medo
Veja o paraíso, um presente divinal
Onde o poder da sedução gerou o “Pecado Original”
Da pré-história a arte nos revela
O louco afã de uma era
No balanço desta onda, eu vou te levar
Em Roma brindar, luxúria
Fazer de tudo pra te enlouquecer
Só mesmo “Vênus” pra nos proteger
Já é madrugada…
Corpos se encontram ao luar
“Mil e Uma Noites” de amor
É bom viver e desfrutar
De coração à sensação
Num mundo de cores
Textura, sabores
Diversão é garantida
Seja prudente, previna-se então
Curta a vida com paixão
Me abraça, me beija, me faz delirar
Além da razão, amor eu vou te mostrar
A fonte do meu prazer, tu saberás de cor
Tom Maior”
A campeoníssima do século XXI entrou na avenida como atual campeã e vindo de uma maneira muito firme buscando o bicampeonato. Um enredo muito abstrato, como vem sendo o costume da escola, mas de uma forma muito clara na transposição para as fantasias e alegorias. A grandiosidade da escola é marga registrada uma vez que se tornou praticamente uma indústria do carnaval.
“Amor, vem viajar na fantasia
E encontrar o poder da sedução
Se entregar à tentação
O fruto proibido provar e sentir o prazer
Sem culpa, sem medo, pecar
Beleza, riqueza no olhar.
Emana a luz da razão
O caminho da redenção
E assim, o reino dos céus alcançar
Quando o vento soprar, eu vou voar
E te encontrar nessa imensidão
Brincar de deus, ser feliz, sonhar
Não há limites para a imaginação
Em versos a mais linda história
Romances e contos nos fazem sonhar
E se o vilão é o herói afinal?
E se o sonho se torna real?
Você é quem diz…
Para sempre, quem será feliz.
Desperta toda magia do artista,
O futuro do sambista
Um amanhã de amor e paz!
Morada, é a paixão que nos conduz
Com força e união, com garra e emoção
Num mundo sem ponto final
Vou seduzir seu coração
Com muito orgulho, sou Mocidade
Nosso final feliz, depende de você
Fazer o sonho acontecer”
No embalo das conquistas da Libertadores e Mundial 2012 a Gaviões busca mais um título para a galeria dos corintianos. Porém, na opinião deste blog, no carnaval de 2013 não será possível. A escola fez um desfile muito correto, mas irregular em vários quesitos.
O enredo sobre a propaganda foi uma boa iniciativa e o samba da mesma forma acabou se tornando muito agradável.Uma das grandes figuras do desfile era o publicitário Washington Oliveto.
“Vem ver,
A nação corinthiana
A força da nossa união
Eterna paixão, propaga a chama
Orgulho que não se compara, não para!!!É religião
Que pulsa forte em cada coração
Terra a vista, são novos ares
“Caminha” a notícia, singrando os mares
Oh meu Brasil, um paraiso de encantos mil
Papagaio vira arara de verdade
O índio e sua criatividade
A gazeta informava: tem escravo sim, sinhô!!!
O ambulante vindo lá do oriente
Pra alegria dessa gente, o mascate anunciou
Corre vem ver, tô na tela da tv
Nas ondas do rádio, tô ligado em você
“Roda e avisa” é Carnaval
“Um minuto de comercial”
Se a cigana te enganou
E não trouxe o seu amor
Tome cuidado!!!Preste atenção!!!
É “turbinado esse avião”
O povo elege, mas é enganado
Não caia no “conto” de mais um vigário
O nosso país merece um futuro feliz
Eu vou brilhar na constelação
Sou a estrela, fiel gavião
É nova era, leão de ouro um sonho que impera
Minha alma é fiel…Nação
Sem limites cruzo o céu…Sou Gavião
Um bando de loucos, amor de verdade
Eu vou publicar nossa felicidade”
Para dar o pontapé inicial do segundo dia dos desfiles do grupo especial do carnaval paulistano a Nenê de Vila Matilde marcou sua volta ao grupo de elite das escolas de forma muito imponente! Um visual muito robusto e com acabamentos de alta qualidade em alegorias e fantasias faz com que a permanência da escola no grupo especial seja algo até certo ponto tranquilo!
O enredo sobre a igualdade mescla diversos momentos da história do Brasil onde a luta pelos direitos iguais foi marcante como Canudos, cabanagem e a revolta dos Búzios, ponto principal do enredo. A garra da comunidade matildense foi muito marcante no desfile e a volta do intérprete Baby ao carro de som, após 6 anos de Vila Maria mostra que a unidade da comunidade pode estar fazendo renascer o potencial gigante da tradicional escola da zona leste! Assim esperamos!
O samba é bem forte e com uma letra maior do que tradicionalmente são apresentadas:
“Quando a igualdade não havia
A Revolta foi a via contra a força da opressão
Uma voz se ergueu outras mais então
Movimento que surgia…Salve o povo da Bahia!
Sei que a rebeldia que trago no peito
Tenho direito de eternizar
No canto libertário que se espalha pelo ar
Lutar, acreditar, sonhar…Ser mais Brasil!
Criar a Pátria Amada Mãe Gentil!
Há nos Búzios a mensagem de cada irmão
No Quilombo novos ares: Libertação!
Em Canudos Conselheiro e a sua fé
Cabanagem no Pará, na Nenê samba no pé!
Vai o Baticum do Olodum no Pelourinho
Um só coração, um só caminho
Canto a igualdade, leva a união
Vence toda a discriminação!
Sonhei que a terra é do agricultor
Cidadão encontrou o abrigo do lar
Eu vi a força unificando a luta sindical
Mulheres defendendo um ideal…
De volta ao seu lugar a Zona Leste incendeia
O Anhembi vai levantar:
A minha Vila tem sangue na veia!
Chegou, chegou o gueto do samba!
Quilombo da gente a mais querida
No coração matildense
Nenê é minha Águia, minha vida!”
Uma noite de homanagens a grandes sambistas como Beth Carvalho e Mário Lago tem seu fechamento em grande estilo com o mestre João Nogueira, pai do também sambista Diogo Nogueira. A escola da Pompéia desempenhou bem seu papel com um conjunto bem equilibrado, mas sem grandes surpresas, tudo muito normal.
O destaque fica para o bom samba e sobretudo a incrível bateria que fez a melhor paradinha da noite. A luz do dia sempre tira um pouco do brilho da últimaa escola a desfilar, não por culpa da escola mas da rede de TV que transmite os desfiles e que atrasa os desfiles em nome de sua grade de programação, infelizmente.
A escola teve como destaque maior o samba, mas acreditamos que as pretensões da escola não são tão grandes a ponto de acreditar no título, mas briga pela permanência no grupo e uma posição intermediária.
“Deixa a luz do amanhecer iluminar a avenida
Vem recordar a missão de um poeta
E exaltar as belezas da vida
Renasce joão sobre o poder da criação
Ê vida boa…no Méier labareda no olhar
Ê vida a toa…bohêmio a luz do luar
Ê vida voa…o Clube do Samba desperta saudade
Vem brindar… festejar no Boteco do Arlindo
Mais um show do Flamengo, domingo
Um Rio de felicidade
Bole que bole ao som dos tantãns
Me leva na fé, São Jorge guerreiro
Quebra no balacochê do cavaco
Clareia meus passos, São Sebastião
Aplausos para um gênio brasileiro
Águia de Ouro é samba, amor, é tradição
Vem, vem poeta nos braços da paz
Ver a Portela de tempos atrás
Realizar o seu sonho de bamba
Compor mais um lindo samba
Canta sabiá, vai resplandecer
A nação Xingu não vai se render
Quem viveu de amor nunca vai morrer
Hoje o espelho é você
E o meu medo maior é o espelho se quebrar…
E o meu medo maior…
João, teu nome é história
O Canto do Povo te faz imortal
Ninguém faz samba só porque prefere
É Nó na Madeira o meu Carnaval”
Uma noite muito qualificada de grandes desfiles, postulantes ao título, mas algo nos diz que a campeã ainda nãao desfilou. Aguardamos então a segunda noite de desfiles!