Essa é uma expressão que sempre desperta o interesse dos alunos nas aulas de História! De que forma a Holanda poderia ser Tropical? Como isso? A Mocidade Alegre contou essa história no ano 2000, carnaval em comemoração aos 500 anos do Brasil!
O personagem principal dessa história como vocês podem se lembrar das aulas na escola é João Maurício de Nassau!
Melhor do que nós escrevermos seus feitos é o próprio leitor fazê-lo através dos versos do belíssimo Samba:
HISTÓRIA BRASILIAE, CULTURA, HÁBITOS E COSTUMES DE UMA HOLANDA
TROPICAL
O vira-vira virou ( Virou, virou )
Olha a Mocidade aí
Na virada do milênio vem sacudir
Hoje pra deleite nacional
Vem tecer um carnaval... De amor...
Sonha e conquista Nassau seu ideal...
Que esplendor!
Do seu governo então, surgiu uma nação
Na fauna e flora teve sua inspiração
Outros estados conquistou
Aos Senhores de Engenho financiou
Olinda reedificou, com modelo holandês
Muitas coisas fez, muito contribuiu
Com seus costumes e crenças no Brasil
Liberdade, liberdade... Que emoção... !
O velho mundo viu, em telas meu Brasil
Com sutileza as riquezas deste chão
Valeu, por tudo valeu
Da semente ficou, profunda raiz
Num sentimento nasceu, floresceu
O nativismo fez unir todo país
Vem nestes versos vem
O passado está presente pra contar
As maravilhas mil, pros olhos de quem não viu
Vem comemorar
A História faz história pra cantar
Brilha... Brilha canta e encanta
Meu Brasil-Holanda, tropical
Agora sim, vamos à parte histórica e nada melhor do que uma explicação sobre essa figura importante para a história do Brasil, sobretudo do nordeste!João Maurício de Nassau-Siegen nasceu em 17 de junho de 1604, no Castelo de Dillemburg, cidade do condado de Nassau, na Alemanha.
Do início de 1616 até 1619 ele viveu em Kassel, onde continuou seus estudos no Colégio Mauritianum. Ali, ele aprendeu o francês, o italiano, e o espanhol (que lhe foi útil no Brasil), além de retórica, história, filosofia, teologia, astronomia e matemática, essencial à arte militar. O Colégio também ensinava aos seus alunos aristocráticos montaria, música, dança e esgrima.
Em 1632, iniciou a construção de um palácio em Haia (hoje um ponto turístico da cidade holandesa). Seus compromissos financeiros para a conclusão da obra (muito mais altos do que o previsto) convenceram-no a aceitar o convite da Companhia das Índias Ocidentais para assumir o governo político e militar no Brasil, com o título de governador e comandante-em-chefe e uma ótima remuneração.
Maurício de Nassau chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637 e, encantado com a beleza da terra tropical, passou a chamar Pernambuco deNova Holanda. A sua comitiva era composta de pintores, como Frans Post eAlbert Eckhout, escultores, astrônomos, arquitetos e outros cientistas, sendo recebido com alegria não apenas pelos holandeses como pelos próprios civis luso-brasileiros, esperançosos de dias melhores, já que a colônia encontrava-se num estado lamentável, predominando a desordem e a corrupção.
Nassau tratou de desbravar o interior e projetou, no Recife, a cidade Maurícia ou Mauriciópolis, construída para ser o centro do poder no Brasil. Promoveu melhorias urbanas, calçou ruas com pedras, proibiu o tráfego de carros de boi para não destruir as vias, criou um corpo de bombeiros voluntário, implantou o imposto territorial urbano, construiu casas e pontes, dois palácios suntuosos como o Palácio de Friburgo, que servia de residência ao governador e possuía um aviário, um jardim zoológico e um jardim botânico.
Restabeleceu a produção da capitania quando ofereceu empréstimos para recuperação dos engenhos de açúcar; determinou que a justiça fosse igual para todos, holandeses ou moradores da terra; respeitou as diferentes crenças religiosas; financiou a compra de novos escravos, mesmo sendo contra a escravidão, porém proibiu o trabalho dos negros aos domingos, assim como a separação dos casais na hora da venda.
Reconstituição do que seria o palácio, uma vez que foi destruído e em seu lugar existe hoje a sede do governo estadual de Pernambuco!
O Conde João Maurício de Nassau-Siegen governou o Brasil de 1637 a1644. Sua administração ficou fortemente marcada pela construção de centros urbanos, de canais para evitar inundações, pontes, escolas, teatros, hospitais, asilos, estradas e fortes. Fundou uma imprensa, criou bibliotecas, museus e um observatório astronômico, transformando assim o Recife, de pequeno povoado de pescadores, numa cidade muito desenvolvida para a época.
Era um homem gentil, simpático e tolerante. Foi um administrador hábil, que se mostrou a princípio liberal e soube captar a simpatia dos brasileiros Revelou-se um excelente administrador para o povo, mas não para a Companhia das Índias Ocidentais. Nassau tinha um plano pessoal de governo, queria fazer fortuna e se destacar para receber o título de príncipe, além de ter uma visão colonizadora que não interessava a Companhia. A esta só interessava o lucro.
Prova de que foi marcante para o nordeste são as referências que existem ainda hoje sobre seu nome:
No dia 11 de maio de 1644, Nassau partiu do Recife, a cavalo, com destino à Paraíba, sendo saudado e aclamado por tropas perfiladas, autoridades e pela população em geral, inclusive índios tapuias.
No dia 23 do mesmo mês, embarcou com uma frota para a Holanda, levando para seu palácio de Haia, objetos e pinturas que decoravam sua residência no Brasil, reintegrando-se à carreia militar.
Em 1647, foi novamente chamado para governar o Brasil, mas como exigiu plenos poderes, um exército maior e melhor remuneração, a Companhia não concordou e, por conseguinte, o conde alemão não mais retornou ao país.
E para fechar, um vídeo do desfile em seu início, grandioso, como o legado desse personagem da nossa história!
Ótima Semana a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário