É hoje o aniversário de um dos maiores apresentadores e empresários do mundo! Senor Abravanel! Mais conhecido como Sílvio Santos! Ele já desfilou na Sapucaí, sendo homenageado pela Tradição em 2001. Com este enredo a escola teve um de seus melhores resultados, alcançando o 8º lugar.
O enredo era: "O Homem do Baú!"
Eis a letra do samba, bem animado, do jeito que o apresentador costumava fazer marchinhas:
Olha que glória, que beleza de destino
Pra esse menino Deus reservou, ô ô
Ele cresceu, ele venceu, vive sorrindo
Com muito orgulho, foi camelô
Nasceu na Lapa
No Rio de Janeiro
Esse artista é o enredo da nossa Tradição
Foi do rádio, minha gente
Hoje na televisão, oi, patrão!
Faz o dia mais contente, a alegria do povão
Qual é o prêmio Lombardi, diz aí
Qual é a música quem sabe, canta aí (bis)
Quem quer dinheiro?
O aviãozinho vai subir
Minhas colegas de trabalho
Que beleza de auditório
Abre a Porta da Esperança
É Namoro na TV
Boa Noite, Cinderela
Gosto de você
Em Nome do Amor,
Eu quero morrer de prazer
Laiá, laiá, oi
Laiá, laiá, oi
É um baú de felicidade
Vamos cantar
Vamos brincar
Vamos sorrir (bis)
É domingo, é alegria
Sílvio Santos vem aí
SBT repórter especial sobre o desfile da tradição em 2001, afinal o homenageado era o PATRÃO!
Vinheta de carnaval, especialmente produzida pelo SBT como propaganda para o desfile da tradição!
O grande desfile da Tradição! Muito mais do que merecido a este gênio da comunicação!
Em homenagem ao dia da consciência negra, mas não esquecendo que muitas vezes o preconceito só é visto em determinados contextos, sendo esquecido em outras ocasiões! Preconceito jamais! Tolerância! Sempre!
Aproveitando a data mais do que especial de 15 de Outubro, dias dos professores o nosso blog faz uma homenagem ao grupo de profissionais fundamentais em qualquer sociedade! VIVA os PROFESSORES!
E para isso, buscamos em Porto Alegre no ano de 2008 a homenagem mais clara à educação:
Embaixadores do Ritmo - "De guarda pó e giz, a Embaixadores dá aula na avenida!"
Essa imagem é da Comissão de Frente da escola no Desfile de 2008 e logo atrás o carro Abre-alas!
Segue a letra do Samba, muito significativa:
Quando comecei a estudar
aprendi o beabá
um mundo novo surgiu pra mim
nessa trajetória de estudante eu sei
o quanto o professor é importante
ele não cansa de ensinar
me faz acreditar que realmente sou capaz
de a todo momento buscar conhecimento
e aprender um pouco mais
Faça chuva ou faça sol
tem que fazer a lição
pra quem não tá nem aí
vou chamar a atenção
não é chatice
é bom saber
e no futuro você vai agradecer
de guarda pó e giz
a bordô e branco
sempre insistiu
que a educação
seja prioridade no Brasil
O decreto de D. Pedro
valorizou o ensino fundamental
e hoje os professores
são os educadores
do meu carnaval
A aula vai começar
é show de samba e emoção
embaixadores vem mostrar
a importância da educação!
Os vídeos sobre o carnaval de Porto Alegre estão começando a se multiplicar no youtube, mas infelizmente não encontramos as imagens do referido desfile. Porém, encontramos uma apresentação do grupo show da escola no mercado público de Porto Alegre. Ele já nos permite ouvir o samba muito representativo sobre o que é o papel dos professores!
Espero, como professor que sou, com muito orgulho, que a educação se torne efetivamente o alicerce da construção do país do futuro que sempre disseram que seríamos!
Quem sabe está na hora de fazer o que já dizia Rolando Boldrin:
Essa é uma expressão que sempre desperta o interesse dos alunos nas aulas de História! De que forma a Holanda poderia ser Tropical? Como isso? A Mocidade Alegre contou essa história no ano 2000, carnaval em comemoração aos 500 anos do Brasil!
O personagem principal dessa história como vocês podem se lembrar das aulas na escola é João Maurício de Nassau!
Melhor do que nós escrevermos seus feitos é o próprio leitor fazê-lo através dos versos do belíssimo Samba:
HISTÓRIA BRASILIAE, CULTURA, HÁBITOS E COSTUMES DE UMA HOLANDA
TROPICAL
O vira-vira virou ( Virou, virou )
Olha a Mocidade aí
Na virada do milênio vem sacudir
Hoje pra deleite nacional
Vem tecer um carnaval... De amor...
Sonha e conquista Nassau seu ideal...
Que esplendor!
Do seu governo então, surgiu uma nação
Na fauna e flora teve sua inspiração
Outros estados conquistou
Aos Senhores de Engenho financiou
Olinda reedificou, com modelo holandês
Muitas coisas fez, muito contribuiu
Com seus costumes e crenças no Brasil
Liberdade, liberdade... Que emoção... !
O velho mundo viu, em telas meu Brasil
Com sutileza as riquezas deste chão
Valeu, por tudo valeu
Da semente ficou, profunda raiz
Num sentimento nasceu, floresceu
O nativismo fez unir todo país
Vem nestes versos vem
O passado está presente pra contar
As maravilhas mil, pros olhos de quem não viu
Vem comemorar
A História faz história pra cantar
Brilha... Brilha canta e encanta
Meu Brasil-Holanda, tropical
Agora sim, vamos à parte histórica e nada melhor do que uma explicação sobre essa figura importante para a história do Brasil, sobretudo do nordeste!João Maurício de Nassau-Siegen nasceu em 17 de junho de 1604, no Castelo de Dillemburg, cidade do condado de Nassau, na Alemanha.
Do início de 1616 até 1619 ele viveu em Kassel, onde continuou seus estudos no Colégio Mauritianum. Ali, ele aprendeu o francês, o italiano, e o espanhol (que lhe foi útil no Brasil), além de retórica, história, filosofia, teologia, astronomia e matemática, essencial à arte militar. O Colégio também ensinava aos seus alunos aristocráticos montaria, música, dança e esgrima.
Em 1632, iniciou a construção de um palácio em Haia (hoje um ponto turístico da cidade holandesa). Seus compromissos financeiros para a conclusão da obra (muito mais altos do que o previsto) convenceram-no a aceitar o convite da Companhia das Índias Ocidentais para assumir o governo político e militar no Brasil, com o título de governador e comandante-em-chefe e uma ótima remuneração.
Maurício de Nassau chegou ao Recife em 23 de janeiro de 1637 e, encantado com a beleza da terra tropical, passou a chamar Pernambuco deNova Holanda. A sua comitiva era composta de pintores, como Frans Post eAlbert Eckhout, escultores, astrônomos, arquitetos e outros cientistas, sendo recebido com alegria não apenas pelos holandeses como pelos próprios civis luso-brasileiros, esperançosos de dias melhores, já que a colônia encontrava-se num estado lamentável, predominando a desordem e a corrupção.
Nassau tratou de desbravar o interior e projetou, no Recife, a cidade Maurícia ou Mauriciópolis, construída para ser o centro do poder no Brasil. Promoveu melhorias urbanas, calçou ruas com pedras, proibiu o tráfego de carros de boi para não destruir as vias, criou um corpo de bombeiros voluntário, implantou o imposto territorial urbano, construiu casas e pontes, dois palácios suntuosos como o Palácio de Friburgo, que servia de residência ao governador e possuía um aviário, um jardim zoológico e um jardim botânico.
Restabeleceu a produção da capitania quando ofereceu empréstimos para recuperação dos engenhos de açúcar; determinou que a justiça fosse igual para todos, holandeses ou moradores da terra; respeitou as diferentes crenças religiosas; financiou a compra de novos escravos, mesmo sendo contra a escravidão, porém proibiu o trabalho dos negros aos domingos, assim como a separação dos casais na hora da venda.
Reconstituição do que seria o palácio, uma vez que foi destruído e em seu lugar existe hoje a sede do governo estadual de Pernambuco!
O Conde João Maurício de Nassau-Siegen governou o Brasil de 1637 a1644. Sua administração ficou fortemente marcada pela construção de centros urbanos, de canais para evitar inundações, pontes, escolas, teatros, hospitais, asilos, estradas e fortes. Fundou uma imprensa, criou bibliotecas, museus e um observatório astronômico, transformando assim o Recife, de pequeno povoado de pescadores, numa cidade muito desenvolvida para a época.
Era um homem gentil, simpático e tolerante. Foi um administrador hábil, que se mostrou a princípio liberal e soube captar a simpatia dos brasileiros Revelou-se um excelente administrador para o povo, mas não para a Companhia das Índias Ocidentais. Nassau tinha um plano pessoal de governo, queria fazer fortuna e se destacar para receber o título de príncipe, além de ter uma visão colonizadora que não interessava a Companhia. A esta só interessava o lucro.
Prova de que foi marcante para o nordeste são as referências que existem ainda hoje sobre seu nome:
No dia 11 de maio de 1644, Nassau partiu do Recife, a cavalo, com destino à Paraíba, sendo saudado e aclamado por tropas perfiladas, autoridades e pela população em geral, inclusive índios tapuias.
No dia 23 do mesmo mês, embarcou com uma frota para a Holanda, levando para seu palácio de Haia, objetos e pinturas que decoravam sua residência no Brasil, reintegrando-se à carreia militar.
Em 1647, foi novamente chamado para governar o Brasil, mas como exigiu plenos poderes, um exército maior e melhor remuneração, a Companhia não concordou e, por conseguinte, o conde alemão não mais retornou ao país.
E para fechar, um vídeo do desfile em seu início, grandioso, como o legado desse personagem da nossa história!
NOSSO MUITO OBRIGADO PELAS VISITAS QUE TROUXERAM ESSA EXPRESSIVA MARCA!
E para comemorar, falaremos de um clássico da literatura nacional: GABRIELA, CRAVO E CANELA!
Esta obra foi utilizada como inspiração para o desfile da Estácio de Sá em 1969, com a seguinte letra:
Foi na BahiaNa cidade de IlhéusQue surgiu um grupo de sertanejosFugindo da seca do sertãoJunto estava GabrielaMaltrapilha com uma trouxa na mãoE a poeira escondendoTodo o seu encanto e seduçãoNacib ao contratá-la não esperavaQue ela fosse tão belaE a retirante sertanejaTivesse as mãos tão divinas e habilidosasNos saborosos quitutes da BahiaNacib exclamou com tanta beleza que via Tão bela, ô tão belaO cheiro de cravo e a cor de canela Ele se apaixonouE com ela se casouGabriela moça pobre do sertãoGostava de cantiga de rodaE de dançar com os pé no chãoFestejava o ano novoNo salão mais rico de IlhéusQuando passou a "Pastorinha"Festejando reisado a cantarGabriela abandonou luxo e riquezaSaiu correndo, pegou o estandarte e foi pularToda aquela gente importanteFoi para a rua com ela festejarMais uma vez a mulataDemonstrando seu valorUniu pobres e ricosCom a força do amorToda a cidade de IlhéusComentava o idílio de GabrielaMas Nacib compreendeuQue ela era uma florNasceu para enfeitar a vidaDe prazeres e de amor
No vídeo acima a abertura da Novela Gabriela de 1975. Essa atuação rendeu à Sônia Braga fama internacional! Tanto é marcante a história dessa moça pobre do sertão que em 2012 entra no ar novamente no horário de novelas das 23:00 da rede globo! Agora na pele da carnavalesca Juliana Paes.
Mais uma vez uma escola de samba realizou o feito de valorizar e prestigiar um grande ícone da literatura nacional em um desfile, antes da televisão fazê-lo! Dessa forma, o desfile das escolas de samba se firma como um espaço de valorização da cultura genuinamente nacional!
Este blog, humildemente vem fazendo sua parte no sentido de trazer essa festa popular para a apreciação ao longo do ano todo, e não somente nos 4 ou 5 dias de desfiles!
De maneira muito gratificante a receptividade vem sendo grande, o que a marca de 20000 visitas deixa bem claro! Agradecemos aos visitantes mais uma vez!
A escola busca uma regularidade no seu desempenho, alcançando os postos mais altos. Sofeeu um duro golpe com a morte de seu presidente durante o último ano!
"É tempo de mudar, somos todos irmãos e de mãos dadas vamos juntos nessa união, fazer o bem, sem distinção, por onde for… paz e amor!"
Contando a história do ex presidente Lula, a Gaviões busca retornar à disputa efetiva do título do carnaval paulistano! É a única escola oriunda de torcidas organizadas que já conquistou o título do carnaval!
"Companheiro fiel… Por liberdade! Na corrente do bem… Contra a maldade!
Elo forte da democracia, A luz da nossa estrela guia!"
O tropicalismo foi o tema escolhido por esta escola que geralmente traz temas muito originais, o que muitas vezes acaba gerando alguns problemas no desenvolvimento dos enredos.
"Águia de Ouro eterna paixão. O tesouro que guardo no meu coração. No swing da Pompéia eu vou, na Tropicália da paz e do amor!"
Uma das maiores potências do carnaval paulistano dos últimos anos, a morada do samba buscou na obra de Jorge Amado e nos orixás a inspiração para voltar ao topo! No desfile de 2012 até o momento vem fazendo exatamente isso, praticando a perfeição!
"O rufar do tambor vai ecoar. Tenho sangue guerreiro, sou Mocidade! A luz de Ifá vai me guiar. Ojuobá espalha axé, felicidade!"
Uma escola de rápida ascenção ao grupo das grandes, que disputam o título, em 2012 fez novamente um grande desfile, digno de campeã! O enredo da escola girava em torno da cidade de Itanhaém, segunda cidade mais antiga do Brasil.
"Meu samba no balanço da maré. A Pérola que brilha hoje é você! Pedra que canta o mundo vai te conhecer"
Estreante no grupo de elite das escolas de samba de São Paulo, a Dragões da Real fez uma apresentação de gente grande, digna de permanência no grupo especial. Porém, devemos sempre esperar as notas dos jurados!
Uma especial homenagem às mães foi o tema principal do desfile.
"Quem é que não te ama nessa passarela? Que linda homenagem, Dragões! Aplausos guerreira, brilhou sua estrela... Em nossos corações!"
A escola de samba que nasceu a partir da torcida organizada do Palmeiras vem mostrando nos últimos anos os enredos mais estudados e bem desenvolvidos do grupo especial. Em 2012 a história não poderia deixar de ser diferente. Orixás e lendas baseadas nos ensinamentos do candomblé são levadas para a avenida como lições de HUMILDADE para a humanidade!
"Oh senhor,perdoai a humanidade, iluminai a consciência, pra guiar essa mudança! Vou guardar no coração, levar em minhas mãos a mensagem de esperança!"
Escola de grande crescimento nos últimos anos e segue no caminho do título mais uma vez. Trouxe um enredo afro, fugindo bastante das suas características, um verdadeiro desafio à sua própria história!
"Teu filho, Oh mãe África, faz festa pra te exaltar. Sou Tucuruvi, tua história meu samba vai revelar!"
Banhada com os recursos do homenageado, a Rosas de Ouro traz o enredo "O Reino dos Justus!" em 2012.
Como vem fazendo nos últimos anos, o desfile é luxuoso ao extremo e com isso se torna um tanto quanto pesado, arrastado. Mesmo assim, é candidata forte ao título do carnaval.
"É mais um caso de Amor, Rosas de Ouro, razão do meu viver! Trazendo a Hungria no coração e o sonho de ser campeão!"
O enredo mistura as origens medievais da Hungria e a história da família de Roberto Justus!
A atual campeã do carnaval busca seu décimo quinto título! E nessa briga vem fazendo um desfile corretíssimo, homenageando as mulheres! Segue a linha de temas sociais e mundiais! dos últimos anos! Mas o diferencial desse ano é uma certa "propaganda" no enredo, patrocinado pela BOMBRIL.
Como podemos perceber isso?
Na letra cantam: "É BOM BRILhar!" e "1001 faces a brilhar!". Para bom entendedor, meia palavra basta!
No mais, belíssima homenagem às mulheres:
"SENHORA DA VIDA, GUERREIRAS NA LIDA. HOJE ÉS PRESIDENTE E ME RENDO A TEUS PÉS, PRÁ SEMPRE TE AMAREI “MULHER”!"
A X-9 Paulistana tem a volta do grande Royce do Cavaco ao microfone, o que por si só já qualifica o desfile!
Postulante ao título, faz um desfile muito qualificado até o momento, cantando os sertões do Brasil através do roteiro do rally dos sertões!
"Sou X-9 Guerreira, levanto a bandeira dessa gente varonil! Trazendo "pros" braços do povo o coração do Brasil!"
Cabe um registro da citação inicial do desfile ao modernismo de 1922 que começou a valorizar os sertões brasileiros e os expoentes essencialmente brasileiros! Assim, a história vai se fazendo presente novamente!
Com o enredo "Na óptica do meu Império o foco é você!" o Império de Casa Verde busca retornar à disputa do título, o que modestamente, achamos um pouco difícil pelo desfile que vem realizando! Mas o enredo sobre as invenções e influências que a visão tiveram ao longo da história deram um toque de originalidade ao enredo.
"Vem meu amor, olha pra mim! Sou Casa Verde na avenida!"
A cada escola que pisar na avenida no carnaval 2012 em São Paulo e no Rio de Janeiro, estaremos colocando no ar informações relevantes sobre cada escola, seu desempenho na avenida, um trecho marcante de samba, e assim por diante! Pois bem, começamos com a primeira escola do desfile de São Paulo:
O enredo "É o Amor!" proporcionou um refrão lindo:
"É verde e branco meu amor, meu pavilhão, minha paixão! Eu sou Camisa onde for! O trevo é meu coração!"
Um dos temas mais recorrentes na história dos desfiles da Marquês de Sapucaí foi a floresta Amazônica, referência mundial que identifica o Brasil! No ano de 2002 a Portela trouxe novamente este enredo para a avenida! "Amazonas - Esse desconhecido! Delírios e Verdades do Eldorado Verde!".
Buscamos informações do enredo na sinopse da escola:
"No intuito de permitir ao público em geral os primeiros contatos com aspectos da história amazonense, a idéia de que o Amazonas é apenas um grande rio, uma grande selva, desaparece. Nesse sentido, a Portela mostra seu enredo propondo um "encontro de águas" (de culturas): o rio azul de samba, como nosso poeta Paulinho da Viola cantou, deságua na imensidão do rio Amazonas, escrevendo um poema épico, uma aventura pelas paisagens de sonhos e lutas, derrotas e vitórias, problemas e soluções dessa região que nem sempre pertenceu a Portugal, pois nos primeiros anos que sucederam ao descobrimento da América era parte integrante dos domínios da Coroa Espanhola. Sendo assim, esse desconhecido Amazonas se revela nesse mergulho edificante que traz à tona verdadeiras sombras do passado viajando nos delírios do seu universo lendário, fazendo-nos chegar mais próximos de nossas raízes, surpreendendo-nos com uma "óbvia" evidência: a história não acabou."
Acompanhe a letra:
Meu coração está em festa
Enlouqueceu
No seu rio mar
Meu rio azul vai desaguar
Sob o verde desse olhar
O Ajuricaba seu canto ecoou
Acunhatã se banhou no lago
Na índia flor se transformou
Amazonas seiva na mata a jorrar
Alumia cadeeiro São José do Rio Negro
Vai Caboclo seringar
Teatro, sinfonia
Zona Franca industrial
Portela faz a festa nesse enredo
Universo tropical
Gira mundo a respirar
Dentro do meu coração
Nesse eldorado Verde
Na palma da minha mão
Poema Odisséia
Emergiu e conquistou o país
Vai meu barco deslizando
Vou pintando esse matiz
É o presente consciente no porvir
Que a vida se preserve
Assim serei feliz
Como a natureza quis
É Boi Bumbá
É boi maneiro
Garantido e caprichoso
No meu Rio de Janeiro
Muitas vezes um enredo apresenta aos seus idealizadores muitas oportunidades de abordagem e um conteúdo extremamente amplo o que os obriga a uma delimitação mais precisa do tema e consequentemente a uma melhor compreensão por parte do público, dos compositores do samba, dos jurados. No caso da Portela 2002 o enredo é muito vasto e por isso buscamos a organização da própria escola para elucidar o desenvolvimento do enredo:
Desenvolvimento do Enredo
SETOR I - Em Busca do "Eldorado" - Este setor abre o desfile da Portela abordando a temática do "Eldorado", um reino todo feito em ouro e pedras preciosas que o desbravador espanhol Francisco Orellana buscava encontrar, nesta parte da Portela que estará pousada sobre esta cidade perdida e guardada pelas lendárias Amazonas.
As Lendárias Amazonas.
SETOR II - Nas Terras de Ajuricaba - Nesta parte mostramos a região onde começou a ocupação do Amazonas: o encontro das águas dos rios Solimões e Negro bem como as Tribos Indígenas que ali habitavam, destacando-se a Tribo "Manáos", cujo grande herói Tuxuaua Ajuricaba era o chefe, na luta de resistência à escravidão do seu povo, sacrificando sua própria vida.
SETOR III - "O Lugar da Barra" (Forte S. José do Rio Negro) - Este setor retrata a construção do Forte S. José do Rio Negro sob comando de Pedro Teixeira que serviu para conquista e defesa do território da Coroa Portuguesa contra as investidas dos Espanhóis, Franceses, Holandeses e Ingleses onde também era a sede das missões Jesuítas na região.
Para garantir os seus domínios na região os portugueses criaram em 1669 o Forte de São José do Rio Negro, em torno do qual surgiu um arraial que se chamou Lugar da Barra e deu origem à cidade de Manaus.
Toda a região amazônica era governada a partir de Belém, capital da província do Grão-Pará, e como tornou-se impossível administrar uma área tão grande, atender à sua população e manter a paz com os indígenas que resistiam à colonização, criou-se em 3 de março de 1755 a Capitania de São José do Rio Negro.
Em 1833 o Lugar da Barra foi elevado à categoria de Vila e foi chamado de Manaus, que significa “Mãe de Deus”, em homenagem aos valentes índios da tribo Manaós. Em 24 de outubro de 1848 a vila recebeu o título de Cidade da Barra do Rio Negro e, em 04 de setembro de 1856, foi finalmente denominada Cidade de Manaus, tornando-se capital da então Província do Amazonas, que fora criada em 05 de setembro de 1850, desmembrando-se do Grão-Pará, para ocupar totalmente a região e resistir às tentativas de expansão do Peru.
SETOR IV - O Eldorado Verde (o Ciclo da Borracha) - Nesta seqüência abordaremos a extração do látex das nativas seringueiras da floresta do Amazonas dando início a uma verdadeira "Corrida do Ouro" e uma migração em massa para a região.
SETOR V - Manaus, a "Paris dos Trópicos" - Neste capítulo mostramos a riqueza dos poderosos "Barões", da borracha e o cotidiano da alta sociedade de Manaus no apogeu do ciclo da borracha, destacando um marco arquitetônico deste áureo período, o luxuoso Teatro Amazonas.
SETOR VI - Zona Franca (Um Porto Aberto para o Mundo) - Neste setor retratamos o comércio e o parque industrial da Zona Franca de Manaus, fundindo a figura do caboclo ao avanço da alta tecnologia dos seus produtos, como fonte geradora de empregos e divisas, atraindo novos investidores e o turismo para a região.
SETOR VII - A Floresta do jeito que Deus quis - Nesta parte mostramos a preocupação do Amazonas com a questão ambiental e a soberania da floresta tropical quanto ao seu desenvolvimento sustentável iniciando-se o chamado "Terceiro Ciclo".
SETOR VIII - O Encontro de Dois Rios (O Amazonas e o de Janeiro) - Terminamos nosso desfile num congraçamento, o ritmo do Boi Bumbá e o samba carioca se misturam com águas de dois rios e se juntam num só criando uma nova cadência. E nesse encontro as culturas se fundem num mar de fantasias.
E assim, a Portela fez sua homenagem ao estado do Amazonas e uniu as culturas dessas duas regiões! Parabéns!
Aprecie algumas imagens do lindo visual que a Portela apresentou nesse desfile, sobretudo da imponente e tradicional águia do abre-alas.