Sou Cultura viva, pulsando no compasso da bateria! Sou sangue do gigante Brasil!

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Festa de Batuque! - Alupo Alupo, Alupo Bará!

O enredo "Festa de Batuque!" foi em 1995 em Porto Alegre, com a escola  Bambas da Orgia!
Sinta a energia do desfile e das arquibancadas! É contagiante!
Vocês sabem o que significam essas expressões da música? Primeiro vamos à letra:


Gegê, Nagô, Gexá, Oiô, Cabinda 
O candomblé é cultuado na Bahia


Somos descendentes de africanos,
Da Nigéria e do Congo,
Moçambique, da Angola e da Guiné,
Príncipe Custódio, velho sábio macumbeiro,
Espalhou pelo Rio Grande fundamentos em yorubá.


Alupô! Alupô!
Alupô! Bará! 
Abre os caminhos para os Bambas desfilar,
Nesta festa de batuque em homenagem aos orixás.


Deus do ferro, Deus do Fogo,
Violento Deus guerreiro,
Ogum se revoltava,
Vendo o negro em cativeiro.


Epa iê, Epa iê ô,
Minha mãe caô, 
Iansã virou-se em pedra por ciúme de Xangô.


Ibeje é, criança é,
Lá na mata tem Ossanha, tem Obá, Otim e Odé.


Xapanã, Sapatá, de aê, aê, 
Não deixe nunca quem é da nação sofrer.


Oxum-pandá, Oxum-docô são vaidosas,
Deusas do ouro, do perfume e da riqueza.


Iemanjá Cessum, Olobomi, Babá, Oxalá, 
Hoje o Bamba faz a festa em homenagem aos orixás.

Como podemos ver, a letra é dominada por expressões de origem africana e muitos nomes e características de orixás. O que são orixás?


Orixás são elementos da natureza, cada orixá representa uma força da natureza.
Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc. Essas forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (axé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável.
Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "Ólorun"ou Olodumaré (Deus supremo).

No início da Letra as referências são a reinos africanos antigos e como todos nós sabemos, foram os escravos advindos desses reinos que formaram boa parte da nossa população e da nossa cultura!
Quando a letra fala de Custódio, a referência é a Custódio Joaquim de Almeida, herdeiro do trono do reino de Benin, que acabou fixando residência em Porto Alegre e manteve inclusive contatos importantes com Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros e até mesmo Getúlio Vargas. 
Segundo as fontes, teria sido um dos difusores das religiões afro no estado do Rio Grande do Sul.
Segundo as religiões afro, Bará seria o responsável pela abertura dos caminhos e Alupo ou Lalupo sua saudação! Por isso o refrão central do samba realiza essa saudação, pedindo licença para a passagem dos demais orixás!

Na referência ao deus do ferro e do fogo, fala-se em OGUM!
Este seria o defensor dos fracos, oprimidos, por isso relacionado aos escravos, que sofreram mais do que todos na história do Brasil. No sincretismo, ou seja: na mistura de elementos religiosos africanos e cristãos, católicos, Ogum se refere a São Jorge. 


No restante do samba, diversos outros orixás e figuras da religiosidade afro são citados! 
Iansã: orixá do amor forte
 Xangô: representa o poder, a força máxima

Iemanjá: senhora dos mares e das águas, protetora dos lares, das famílias, organiza e dá sentido aos grupos!

E para finalizar, Oxalá: orixá da paz, pacificação, os olhos que vêem tudo!

Enfim, apresentamos uma série de orixás, os mais comuns entre a população. O que devemos entender e respeitar, são as religiões de origem africana! Afinal de contas, tratam-se de religiões como todas as outras. Este espaço de difusão da cultura nacional não aceita qualquer tipo de preconceito ou discriminação em relação aos cultos e ou manifestações realizadas por quaisquer vertentes religiosas. 


Aguardem, tem mais carnaval de Porto Alegre na Segunda-Feira e durante a semana mais um especial, dessa vez sobre estados brasileiros que foram homenageados!
Abraços e bom final de semana!

CARNAVAL É HISTÓRIA!



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