Sou Cultura viva, pulsando no compasso da bateria! Sou sangue do gigante Brasil!

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

É tão bom viver!


O ano de 2011 foi excepcional para este blogueiro, tanto profissional quanto particularmente. Foram muitas conquistas e a certeza de que estamos no caminho certo em relação às escolhas que fizemos em nossa vida! Este blog é um grande exemplo, visto que estamos atingindo os 8 mil acessos em 10 meses de atividade! 
Essa conquista é compartilhada com todos que contribuíram com este espaço de cultura e educação! 
Desde já fica nosso muito Obrigado!
 Mas, para fechar o ano de conquistas, escolhemos um enredo significativo: "Rotary - Dar de si antes de pensar em si, o carnaval das emoções!", da escola de samba Leandro de Itaquera no ano de 2005!
Como podemos observar, trata-se de um enredo focalizando o Rotary International. O Rotary é uma organização de líderes de negócios e profissionais, que prestam serviços humanitários, fomentam um elevado padrão de ética em todas as profissões e ajudam a estabelecer a paz e a boa vontade no mundo.
Rotary Club é definido como um clube de serviçois à comunidade local e mundial sem fins lucrativos, não é secreto, nem filantrópico ou social.
O objetivo do Rotary é estimular e fomentar, promovendo e apoiando:
1) O desenvolvimento do companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidade;
2) O reconhecimento do mérito de toda a ocupação útil e a difusão das normas de ética profissional; 
3) A melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um na sua vida pública e privada; 
4) A aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando a consolidação das boas relações, da cooperação e da paz entre as nações.

Seu lema principal é: Dar de si antes de pensar em si.
Bom, mas porque este enredo foi escolhido para fechar o ano de 2012? Acreditamos que os ideais expressos no enredo, baseados no pensamento rotariano, podem servir de base para novas atitudes e pensamentos no ano que se inicia. Inicialmente, vejamos a letra do samba: 
Agradeço ao criador
Que nos contemplou, com a vida nossa maior riqueza
E num toque de esplendor, ele criou
A natureza
O ouro... trouxe cobiça e ambição
Tanta ilusão, fez o homem se perder
Nas asas da ciência, que emoção!
Usou a imaginação, pra valer


É tão bom viver, poder amar
Se dar, antes de pensar em si
Sonhar, acreditar
Que a paz no mundo é possível conseguir


No esporte.. a direção para as virtudes
Da nossa infância e juventude
Sou rotariano,
Vou à luta com a força do leão
Em busca de saúde e educação, direito de todo cidadão

Vem... fazer o nosso amanhã florir
Quando o sol brilhar
E a consciência iluminar
O futuro vai sorrir
Vamos dar as mãos
Somos irmãos, temos que nos unir
Vermelho e branco vem brindar, comemorar
O centenário vamos aplaudir


A leandro chegou
Meu amor, vem ver o alvorecer
Na passarela, minha itaquera
Vai te enlouquecer


 Neste enredo são apresentados ideais que acreditamos ser o necessário para a vida em comunidade no nosso planeta! 
Amar o próximo, para além das esferas religiosas, é um dever de todos. Um pensamento correto, de paz, esperança, harmonia, sempre trará benefícios a todos. 
Enfim, Sinta um pouco da energia que passou na avenida durante o desfile da Leandro de Itaquera em 2005 com a gravação ao vivo: 
Ao longo do desfile voi apresentado um histórico dos desvios da consciência dos seres humanos, esquecendo por exemplo que as maiores riquezas da terra são elementos básicos como água, ar, enfim, trocamos essas riquezas por ouro, metais, petróleo.
É mais do que necessária uma mudança de perspectiva! JÁ!

Com o exemplo da Leandro, e desejando a todos um ano de 2012 cheio de realizações e de plena consciência, nos despedimos de 2011, agradecendo por todas as conquistas e desejando que possamos continuar juntos, cada vez mais!
Obrigado mais uma vez e até 2012!

domingo, 18 de dezembro de 2011

JOÃOSINHO TRINTA!

O blog Carnaval e História presta sua singela homenagem áquele que foi sem a menor sombra de dúvidas, o responsável pela transformação do desfile das escolas de samba em 
"MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA!". 
Vindo do Teatro, misturou erudito e popular, como poucos, talvez único que tenha conseguido uma mistura tão ideal. Hoje, poucas palavras, apenas algumas imagens, mas em breve este espaço dedicará um amplo espaço para a justa e devida homenagem a este ícone! 
Descanse em paz, mas em meio ao LUXO DIVINAL!


 Até mesmo o Natal de Gramado, aqui no sul, transformaste em Espetáculo! És Gênio!

 Tu sim, tu és Brasileiro! Muito mais do que aqueles que gritam por aí nas arquibancadas ou beijam os escudos do nosso país, sem sequer saber o que significam estas cores! Tu és Brasil!

 "O povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual!"

 Rompeste barreiras e mostraste que a arte e a inteligência são maiores do que os dogmas e a vilania roubada dos trapos das escrituras!
O BRASIL te agradece, mesmo que ao longo de tua vida, talvez não tenha dado o teu devido valor!
Vé em paz, mas mande suas energias para tantos outros J30's, pois estamos precisando, e muito!
OBRIGADO!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Imaginação e a História!


A história mais pura foi levada à avenida pela Unidos do Viradouro em 1995 pelas mãos do gênio Joãosinho 30. O enredo foi "O Rei e os três espantos de Debret!", uma fábula criada pelo carnavalesco contando um pouco sobre Jean Baptiste Debret, integrante da missão artística francesa trazida ao Brasil por D. João quando da vinda da família real portuguesa ao Brasil em 1808.
                                                                  Jean Baptiste Debret

O enredo é uma mescla de elementos históricos e imaginários. Nada mais original do que o carnaval para realizar essa façanha. Mas, usaremos a sinopse do enredo desenvolvido por Joãosinho 30, para mostrar que se pode aprender sobre história de uma forma simples, gostosa e ao mesmo tempo delirar, fantasiar, criar, sempre com base na realidade.

SINOPSE 1995

"O Rei e os três espantos de Debret"

            O Rei é D. João VI. Em 1808, toda a Corte Portuguesa ameaçada por Napoleão, foi transferida para o Rio de Janeiro. Funda-se o novo Reino de Portugal, Algarve e Brasil. Em 1816, o Rei providenciou a formação de um grupo de artistas franceses para implantar artes eruditas nas terras brasileiras. É organizada, então, a famosa “Missão Francesa”. Entre outras personalidades, destaca-se a figura de DEBRET, professor de Pintura Histórica. Veio com a finalidade de ensinar sua arte e também fundar a Escola de Belas Artes. Aqui chegando, DEBRET documentou, principalmente em aquarelas, tudo o que viu no Rio e nos outros Estados. Começou pintando a natureza, flores, frutos e, sobretudo, os costumes dos índios, negros e brancos. Este trabalho toma-se mais importante pela sua pesquisa. É uma documentação valiosa sobre a História do Brasil-Império.
                           
Depois de um longo tempo de trabalho, DEBRET volta à França e em Paris publica os três volumes de sua obra “A Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil”. DEBRET era um pintor completamente envolvido com o Romantismo Francês. Sua visão sobre o Brasil não poderia deixar de ser romântica.
 
Esta situação de misturar sentimentos com realidade permitiu, ao carnavalesco, uma ampla liberdade de criar o enredo ‘O REI E OS TRÊS ESPANTOS DE DEBRET”.Que enredo é este? O Rei, já sabemos quem é. DEBRET conhecemos sua vida e suas obras. E os três espantos? Vamos por ordem.
            Conforme DEBRET mesmo confessa em suas anotações, ao aqui chegar, vindo de uma Europa civilizada, ele levou um grande espanto. Jamais tinha visto florestas virgens, nem terras com tanta riqueza mineral, vegetal e animal. Nem o radioso Sol tropical.
            Admirou-se, sobretudo, vendo o índio, o negro e o branco na mistura de raças. Esse primeiro espanto é história com “h” e está baseado na obra de DEBRET. É a primeira parte do enredo. O Pitoresco e o Histórico. 
                                                                       A letra do samba!

E o segundo espanto’? Bem, este já é estória com “e”.
            Invenção e criatividade carnavalesca que o Carnaval é para isto mesmo. Então, vejamos: O tempo passou depois que DEBRET saiu do Brasil no século XIX. Foi descansar no Céu, ele merecia. Em nossa época a alma de DEBRET voltar a reencarnar na sua querida França. E, na bela e imponente Paris dos dias atuais, acontece o segundo grande espanto deste Homem que renasceu com o espírito de DEBRET.
            Ao ler os jornais, revistas e ver a televisão este Homem fica chocado, ao saber das notícias do Brasil que só falam de matanças de índios, crianças, devastações de florestas e outras calamidades. Somente isto. Nada de bom e noticiado. Como um simples cidadão, mas, tendo na alma as lembranças de sua vida anterior, passada no Brasil, este Homem resolve vir ao nosso país. Quer saber a verdade pessoalmente. Chegando ao Rio de Janeiro, vê que muitas coisas mudaram. Algumas das notícias que lia nos jornais e via nas Tv’s, eram verdades. Mas o Brasil é muito mais que apenas calamidades. O Brasil é uma grande potência com desigualdades na sua evolução. DEBRET respira aliviado. Fica um pouco atordoado ao ver nas ruas do Rio aqueles mesmos vendedores que existiram no século XIX. Com mudanças incríveis. No lugar do vendedor de peru, cerâmica ou flores naturais, agora, os vendedores chamados de camelôs vendem eletrodomésticos, radinhos de pilha, relógios, flores de plásticos etc. Sua cabeça fica mais aturdida quando vê a nova moeda o Real.



     Lembra-se do Brasil-Império. Vê camelôs com roupagem de nobreza. Muitos são diplomados em Direito, Medicina, etc. Encontra o povo reagindo com as mazelas do país. Sente grandes mudanças, e é envolvido por uma estonteante euforia. O povo vibra com as nossas vitórias em muitos esportes internacionais. É a garra de uma juventude que transformará esta nação. Prenúncio de uma nova civilização no alvorecer do terceiro milênio. Ainda ouve-se, no ar, a voz de 160 milhões de brasileiros gritando: BRASIL, BRASIL, BRASIL. É CAMPEÃO, CAMPEÃO! É de arrepiar. DEBRET fica emocionado. A imagem do Brasil está resgatada.
E o terceiro espanto? 
Aconteceu no carnaval. Este turista francês com a alma de DEBRET, não poderia perder o maior espetáculo da Terra. Foi para a arquibancada da Marquês de Sapucaí assistir ao desfile das Escolas de Samba. Maravilhou-se com todas. Mas faltava a última, como chave de ouro desta grandiosa festa. O coração daquele turista francês, palpitou mais forte quando percebeu pelas alegorias, figurinos e samba que esta vibrante e bela Escola falava dele. Falava de DEBRET e sua extraordinária presença no Brasil no século XIX. Aquele simples Homem comoveu-se até as lágrimas quando lhe traduziram a letra do samba que dizia:

                “Vai raiar o dia
                o meu terceiro espanto aconteceu
                eu sou DEBRET... A minha arte é fantasia
                Explode VIRADOURO... O CARNAVAL SOU EU.”

Joãosinho Trinta

Este enredo demonstra o quanto o desfile das escolas de samba serve como material de análise das ciências humanas, uma vez que aborda temáticas históricas com fidelidade, exatidão, pesquisa séria e comprometida, além de dialogar com outras áreas humanas como a sociologia, filosofia, e assim por diante. Uma forma popular de desenvolvimento de relações e produção de conhecimento ao ar livre, aberto a todos os públicos, retransmitido mundialmente pela mesma TV que ao longo do ano criticamos por nos apresentar materiais de baixa qualidade. 
Muitos ao se aproximar a época do carnaval, porém, não se dão conta da imensidão e do potencial do evento, resumindo a festa à exposição de corpos e danças sensuais. Infelizmente esse pensamento pobre e limitado se espalha pelo país. Este blog se propõe a analisar um outro lado desta festa POPULAR, e friso bem o caráter popular porque os artistas das escolas de samba, que verdadeiramente fazem essa festa, são em sua maioria das comunidades das escolas, ou alguém vai querer dizer que as baianas são turistas norte americanas que pagam para desfilar, ou ainda que mestre-salas e porta-bandeiras são importados da Europa,  acredito que não. 
Jamais fecharemos os olhos à industrialização do evento e à entrada do modelo capitalista em algumas escolas e mesmo em relação à mercadoria que vem se tornando o carnaval, mas a essência é POPULAR! E isso nós, amantes do carnaval jamais deixaremos de lembrar, as origens, e como professor de história, farei meu papel, pois tenho memória e valorizo as raízes desse país. 
Obrigado a todos e boa semana!

sábado, 22 de outubro de 2011

No horizonte já posso ver... mais um CARNAVAL!!!!!

Depois de um tempo sem atualizações, estamos voltando com todo o gás! E o que nos dá esse impulso, essa energia extra? As escolhas dos sambas de enredo do carnaval 2012! Diversas escolas já escolheram seus hinos oficiais e as comunidades já estão se envolvendo com os sambas!
O ritmo dos ensaios aumenta e para todo apaixonado pelo carnaval das escolas de samba, parece que a batida dos surdos pode ser ouvida a cada minuto em todo lugar! Nesse clima gostoso de final de ano chegando, férias, verão, calor, CARNAVAL, resolvemos voltar o olhar para as escolas que resolveram em seus desfiles fazer uma reflexão sobre sua própria identidade!
Diversas vezes foram realizados desfiles em razão dos aniversários das escolas, mas anualmente alguns versos são reservados para o narcisismo, não aquele prejudicial que leva à cegueira, mas um sentimento muito forte e respeitoso pela história da própria escola. Quem de nós, amantes do carnaval, não se arrepia com versos apaixonados de compositores por sua escola do coração?
Pois bem, voltamos, e voltamos com todo amor no coração! Assim como o Império da Tijuca em 2011! Confira a letra:
 
Um brinde à fantasia
A alegria do eterno folião
Eu sou o rei nessa folia
Mostrando ao mundo a minha emoção
Sagrado profano... divino prazer
Juízo não nego, até posso perder
Sou nobre, sou pobre... Loucura real
Mascarando a diferença social  
Vou sambar abaixo de zero
 
               Onde a frio, eu levo calor               
Com a bateria do meu Império 
Quarenta graus de amor

Na luta de uma nação
 
Da dor... A união, 
rompendo barreiras 
Tem festa, tem dança, tem raça 
Mistura que embala... "é samba na veia"
O teu coração eu conquistei
 
No Brasil me apaixonei 
Por essa gente alegre e festeira 
Que me recebeu com sorriso 
A fantasia se torna real 
Por todos os cantos do mundo 
Eu sou o carnaval

No mundo do samba... 

celeiro de bambas 
Chegou o meu Império 
                    Te amo e não sei quantas vezes                         
Cantei toda minha emoção
 
Ao desfilar na escola do meu coração!

Geralmente, quando as escolas passam por momentos complicados da sua trajetória, assim como ocorre com os clubes de futebol, a paixão dos torcedores e a garra dos componentes se mostra mais latente! Uma das escolas mais tradicionais do Brasil, o Império Serrano vive uma fase sombria, mas não é por isso que deixou seus brios de lado! Sempre deixam bem claro em seus desfiles que não importa onde estiver, o "imperiano de fé não cansa, confia na lança do santo guerreiro" (samba de 2006)
O Império Serrano sofreu um forte abalo após seu rebaixamento no ano de 1991 e no ano seguinte mostrou toda sua força em um dos sambas mais fortes da história dos desfiles:

FALA SERRINHA - A VOZ DO MORRO SOU EU MESMO SIM SENHOR 

Avante imperianos 
A luz de Deus iluminou a Serrinha 
Viemos cantar, sambar 
Mostrar, provar a nossa tradição 
Pouca coisa não vai nos jogar no chão 

Nos olhos da claridade 
Até cego tem poder  
Pior cego é aquele 
Que enxerga e não quer ver  

Fiz meu pedestal 
Ilustrei o Carnaval, Etecétera e tal 
Eu vou enxugar com a sua ingratidão 
Meus pés que vão suar de poeira 
Toda criação que eu criei foi pra brincar
 Se não lembrar é brincadeira 
Do prato, reco-reco, o agogô 
Que até hoje levanta o seu astral 
O primeiro destaque do samba surgiu 
Em minha pauta musical 
Com miçangas e paetês bordei meu nome 
Nos braços do mais belo Carnaval 
Lá do céu o "Viga-Mestre" nos pediu 
Em sua filosofia 
 Pro Império não parar de entoar 
Seu canto de euforia (bis) 
Lembrar as glórias da Corte Imperial 
Quatro anos de vitórias sem igual 
Atravessei fronteiras 
De emoção vi turista chorar 
Meus fãs vão chorar saudades 
Em não me ver no meu grupo desfilar 

Sou Império, sou patente  
Só demente é que não vê  
Do samba sou expoente 
Abra meu livro, pois tu sabes ler 


Em 1993, mais calmos, mas não menos inspirados, conquistaram o direito de voltar ao grupo especial:
Império Serrano - Um Ato de Amor (1993) 

Meu coração
É emoção que se repete
É muito amor
Essa paixão é Carnaval
Eu sou um menino de quarenta e sete
Imperial...
Novidade pra cidade criei
Samba-enredo de verdade cantei
A nobreza em pessoa mostrei
É real minha coroa sou rei
Fiquei radiante de alegria
Um céu cor de anil
Se fez passarela
Viajei na minha fantasia
Pintei meu Brasil
Que linda aquarela

"Alô, alô, taí"... o Império
Mudou, mudou
Foi um caso sério
Foi tropical, não teve demanda
Deu Carmem Miranda
No meu Carnaval

Paticumbum, Prugurundum no meu tambor
Resplandeceu, reacendeu o meu calor

Eu sou um ato amor
De uma nação
Eu sou o Império
Do seu coração

Em 1993 o Império Serrano amargava seu segundo ano na divisão de acesso do Rio de Janeiro. 

Além disso, em diversas ocasiões o grande IMPÉRIO SERRANO mostrou se valor em simples mas impactantes versos de seus sambas: 
A volta ao grupo especial em 1994! Grito de guerra!
Um dos melhores desfiles dos anos 90! Império Serrano 1996! Confira a letra muito forte:

E VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA

O povo diz amém
É porque tem
Um ser de luz a iluminar
O moderno Dom Quixote
Com mente forte vem nos guiar
Um filho do verde esperança
Não foge à luta, vem lutar
Então verás um dia
O cidadão e a real cidadania

Quero ter a minha terra, ô ô ô
Meu pedacinho de chão, meu quinhão
Isso nunca foi segredo
Quem é pobre tá com fome
Quem é rico tá com medo


Vou dizer...
Quem tem muito, quer ter mais
Tanto faz se estragar
Joga no lixo, tem bugica p'ra catar
Senhor, despertai a consciência
É preciso igualdade
O ser humano tem que ter dignidade
Morte em vida, triste sina
Pra gente chega de viver a Severina
Junte um sorriso meu, um abraço teu
Vamos temperar
Uma porção de fé, sei que vai dar pé
Não vai desandar
Amasse o que é ruim, e a massa enfim
Vai se libertar
Sirva um prato cheio de amor
Pro Brasil se alimentar

Eu me embalei p'ra te embalar
No balancê, balancear
Vem na folia
Chegou a hora de mudar
O meu Império vem cobrar democracia

Em busca da volta aos bons tempos do multicampeão Império, 2003 foi apresentado o enredo "E onde houver trevas, que se faça a LUZ!" E em certos momentos da letra, fica clara a vontade de voltar a brilhar dessa escola:

E ONDE HOUVER TREVAS...QUE SE FAÇA LUZ!
Luz, magia
Que faz a mente do poeta delirar
Estrela guia
Faz meu Império brilhar

É bom amar (amar) e ser amado
Se dar e receber
Eu quero um mundo de inspiração
Pra clarear de vez a escuridão

Prometeu roubou do Sol o fogo
Trouxe a Luz pra iluminar o povo (bis)
O que vem do coração ô ô ô clareia
Clareia igual a Lua cheia
E a paz, desejo da Humanidade
Se faz com liberdade e igualdade
Feliz, muito feliz
"Uma criança" vai nascer
Se o homem conseguir usar a luz da razão
A Terra então vai florescer e vai...
Vai meu irmão!
Tens a chave do Céu!
A energia no ar
Vem da ribalta da vida
Serrinha é o show nessa avenida

Uma prova de amor... perdão
Uma grande paixão... amor (bis)
A esperança é quem me conduz
Onde houver trevas que se faça a Luz


Enfim, a história perpassa todos os desfiles das escolas de samba de alguma forma, e muitas vezes o quesito emoção fala mais alto, por isso essa festa é singular, única no mundo! Não há nada igual!
Nos desfiles, o momento de maior emoção muitas vezes é a arrancada da escola, o último grito de guerra após um ano de trabalho e onde se coloca o maior grau de emoção!
Em 2009 o Império fez seu último desfile no grupo especial, reeditando o antológico samba "A lenda das Sereias!" mas infelizmente foi rebaixado mais uma vez, o que não apaga o brilhante e emocionante desfile! Esperamos que em 2013 o Império volte ao seu grupo original, o ESPECIAL!

Obrigado a todos e uma ótima semana!


domingo, 31 de julho de 2011

É o amor!

 Inicialmente, pedimos desculpa pelo mês sem atualizações, mas acreditamos que todos entenderão que uma fase de mudança de residência com dificuldade de acesso à internet, entre outros fatores, impossibilitou um trabalho mais apurado!
Dito isso, vamos recomeçar os trabalhos!
Além dos temas históricos, as escolas de samba costumam trabalhar temas um tanto complicados quando transformados em visual! Um tema recorrente é o AMOR! Tantas vezes cantado, amor é inclusive uma das palavras mais utilizadas em sambas de enredo! Seja o amor entre casais, família, escola de samba, enfim, o sentimento é algo complicado de ser transformado em elementos visuais na avenida!
Escolhemos o enredo da Viradouro de 1993: "Amor, sublime amor!" que cantou diversas aparições do amor ao longo da história para enaltecê-lo! Então, segue a letra:


Vou levantar minha bandeira


Amor sublime amor (Que beleza!)

Meu sonho eu vou realizar


Esse futuro o que será?


Vou apertar o botão do coração


E vencer a força da razão


Da paixão primitiva à natureza em flor


É, ninguém resiste aos encantos do amor


Nasceu na floresta


Um guerreiro, um artesão


Na fonte da vida


O dono da terra defende seu chão


Negra Xica, eu te amo




Amor que renuncia, a corte zombou


Que divino exemplo, que lição de amor




Bandido amor no sertão


Em Palmares o grito do rei


No sonho do herói inconfidente


Mesmo que tarde a liberdade


Na arte o amor no gênio mulato


No Guarani e Orfeu do Carnaval


A Colombina não foi embora


Hoje o Pierrot não chora




Clareia mãe Oxum, clareia minha fé


Para as crianças a pureza


Do bem me quer, do mal me quer


A Viradouro clama em versos


Paz e amor no Universo


Este vídeo é do "esquenta" da Viradouro 1994 onde o intérprete, Rico Medeiros utilizou o samba de 1993!
Cantar o amor é a especialidade do rei Roberto Carlos e no ano de 2011 a Beija-Flor de Nilópolis levantou o troféu ao enaltecer este gênio da música! Pois não é que o refrão principal do samba utiliza duas vezes a palavra amor e assim teve origem uma pérola!

Quando o amor invade a alma... É magia
É inspiração pra nossa canção... Poesia
O beijo na flor é só pra dizer
Como é grande o meu amor por você!

Cantar o Amor é sempre uma boa escolha!

 Um samba exaltação dos mais lindos do carnaval que mostra oamor pela escola e logo o samba 2011!


Curta um trecho do desfile de 2011 da Beija-Flor, cantando o rei Roberto Carlos e o AMOR!

Enfim, voltamos aos trabalhos semanais exaltando o AMOR!
Boa semana a todos!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Parabéns a vocês!

Ao longo da história dos desfiles das escolas de samba as homenagens à figuras ilustres e marcantes do nosso país foram inúmeras. Hoje, escolhemos três desses expoentes da nossa cultura musical e teatral: Alcione, Grande Otelo e Bibi Ferreira.

Por ordem, começamos com a Estácio de Sá 1986 com o enredo "Prata da Noite!"

Deixa o samba correr, chuê, chuê
Deixa a água rolar, chuá, chuá, oi
Que hoje tem chuva de prata
A fina flor, a nata e a raiz
Fez do palco uma bandeira
E da carreira uma religião
Guarda banca no cinema
No rádio e na televisão
Seu nome criou fama
Seu talento corre chão
Construindo seu castelo
Vem surgindo Grande Otelo
O rei da ilusão
No tabuleiro da baiana tem
Amor e fantasia
No tabuleiro da baiana também tem
Quindins de alegria
Fez Chacrinha na Lapa
Briga de tapa nunca rejeitou
Teve atrito com Satã
E Madame Satã acreditou
Morou no berço do samba
Foi bamba compositor
Onde deu volta por cima
Fez rima de amor e dor

Sebastião Bernardes de Sousa Prata era o nome verdadeiro de Grande Otelo, um grande ator com uma vida marcada pela superação de tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e sua mãe era uma cozinheira que não largava o copo de cachaça. Sebastião fugiu com uma Companhia de teatro mambembe que passava por Uberlândia e foi adotado pela diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou para São Paulo.

Mas ele fugiu de novo e, após várias entradas e saídas do Juizado de Menores, foi adotado pela família de Antonio de Queiroz, um político influente. A mulher de Queiroz, Dona Eugênia, tinha ido ao Juizado para conseguir uma ajudante na cozinha. Mas foi convencida a levar para casa o menino que sabia declamar, dançar e fazer graça.

Sebastião estudou no Colégio Sagrado Coração de Jesus, onde cursou até a terceira série. Nos anos 20, integrou a Companhia Negra de Revistas, cujo maestro era Pixinguinha. Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis, pai de Jardel Filho e um dos pioneiros do teatro de revista. Ganhou o apelido de pequeno Otelo, mas ele preferiu "The Great Otelo". Depois traduziu para o português, virando Grande Otelo.


O ator passou pelos palcos dos cassinos, dos grandes shows e do teatro. Trabalhou no cinema em "Futebol e Família" (1939) e "Laranja da China" (1940), e em 1943 fez seu primeiro filme pela Atlântida: "Moleque Tião". Com Oscarito, participou de mais de dez chanchadas como "Carnaval no Fogo", "Aviso aos Navegantes" e "Matar ou Correr". Em 1942, fez "It's all true", filme realizado por Orson Welles no Brasil.


Outra tragédia viria a abalar a vida de Otelo nessa época: sua mulher matou o filho do casal, de seis anos de idade antes de se suicidar. Em 1969, fez "Macunaíma", sendo inesquecível a cena de seu nascimento. Como ator dramático, marcou presença em vários filmes, dentre os quais "Lúcio Flávio - Passageiro da Agonia" e 'Rio, Zona Norte".

Em "Fitzcarraldo" (1982), do alemão Werner Herzog, filmado na selva do Peru, Otelo precisava fazer uma cena em inglês, mas resolveu falar espanhol. Quando o filme estreou na Alemanha, aquela foi a única cena aplaudida pelo público. Em 1993, Grande Otelo morreu de enfarte ao desembarcar na França, onde receberia uma homenagem no Festival de Nantes. 
Agora vem Unidos da Ponte 1994 com "Marrom da cor do Samba!"

Explode a Ponte
Jorra da fonte um turbilhão de poesias
Vem minha estrela iluminar
Abrilhantando nosso show
De fantasias com a magia da canção, ô, ô
De fantasias com a magia da canção
Mulher dengosa, amor
Marrom guerreira
O dom da voz lhe ajudou a encantar
Meu Rio moleque dançou
Ao som do trompete
Se encantou com a sedução
Da flor sublime e raiz do Maranhão
No sufoco da disputa
A menina foi à luta
E entregou-se às emoções
E com a luz do seu afã
Fez a Mangueira do Amanhã
Uma esperança a novos corações
Canta marrom
Reflete ao mundo inteiro quem tu és (quem tu és)
Porque hoje a minha Ponte
Colorida e deslumbrante
Coloca esta avenida aos teus pés
E brilha meu São Luís
Bumba-meu-boi vai dançar (bis)
No seu balanço minha escola vai passar

Alcione Dias Nazareth nasceu em São luís do Maranhão no dia 21 de Novembro de 1947. O nome de batismo foi idéia do pai, inspirado na personagem Alcione, a principal de um livro chamado ‘’Renúncia’’. Ela é quarta dos nove irmãos: Wilson, João Carlos, Ubiratan, Alcione, Ribamar, Jofel, Ivone, Maria Helena e Solange. Desde pequena, graças ao pai policial e integrante da banda de sua corporação, João Carlos Dias Nazareth, inserida no meio musical maranhense, Alcione fez sua primeira apresentação já aos doze anos.
O pai, João Carlos Dias Nazareth, foi mestre da banda da Polícia Militar de São Luís e professor de música. Alem disso, foi compositor e eterno apaixonado pelo bumba-meu-boi, folguedo típico da capital maranhense. Foi ele quem lhe ensinou, ainda cedo, a tocar diversos instrumentos de sopro, como o clarinete que começou a paraticar aos 9 anos. Com essa idade, tocava e cantava em festas de amigos e familiares, e na ‘’Queimação de Palhinha’’ da festa do Divino Espírito Santo.
Sua mãe, Felipa Teles Rodrigues, entretanto, guardava o desejo de que a filha aprendesse a tocar acordeão  ou piano. Não queria que Alcione aprendesse a tocar instrumentos de sopro temendo que a filha ficasse tuberculosa, mito comum na época. Sua primeira apresentação profissional foi aos 12 anos, na Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai. Certa noite, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído pela menina. Na ocasião, cantou com sucesso a música Pombinha Branca e o fado Ai, Mouraria.
Formou-se como professora primária na Escola de Curso Normal. Lecionou por dois anos e continuou a dedicar-se à música, tendo apresentado-se na TV do Maranhão nos anos de 1965 e 1966.
Alcione se mudou para o Rio de Janeiro em 1976, trabalhando na TV Excelsior. Começou cantando na noite, levada pelo cantor Everardo. Ensaiava no Little Club, boate situada no conhecido Beco das Garrafas, reduto histórico do nascimento da bossa nova, em Copacabana. Cantou também em boates como Barroco, Bacarat, Holiday e Bolero.
Destacou-se ao vencer as duas primeiras eliminatórias do programa ‘’A Grande Chance’’, de Flávio Cavalcanti. Nessa mesma época, assinou o primeiro contrato profissional com a TV Excelsior, apresentando-se no programa ‘’Sendas do Sucesso’’. Depois de seis meses na emissora, realizou turnê por quarto meses pela América Latina.
Após ter feito excursão por países da América do Sul, morou na Europa por dois anos. Voltou ao Brasil em 1972 e três anos depois ganhou o primeiro disco de ouro através do primeiro LP, A voz do samba (1975).
"Não Deixe O Samba Morrer" quando começou a ser executada nas radios do país, permaneceu 22 semanas em primeiro lugar nas paradas de sucesso.

 E fechando: Viradouro 2003 com "A Viradouro canta e conta Bibi - Uma homenagem ao teatro brasileiro!"

Abram as cortinas, que o show vai começar
É "manhã de sol", um rouxinol vem despertar
Voa, vai tocar no seu coração
Amor, nessa avenida quanta emoção
Em cada gesto, em cada expressão
Em cada lágrima que vai sorrir
Diva, brilha a voz dos grandes musicais
Nesse palco os artistas imortais
Hoje vão te aplaudir
Se um vento soprar, eu vou
Deixa o "Dom" me levar, amor
Vou em busca de um ideal
No meu sonho de carnaval
Em toda forma de arte
Uma luz acendeu
A "gota d'água" faz parte
Dos seus encontros com Deus
"Piaf, um hino ao amor"
"A vida de uma estrela da canção"
Em uma noite de esplendor
"Amália" foi sua inspiração
E quando o sol se põe
Desce uma estrela lá do céu
Vem reviver ao seu lado Bibi
O seu mais brilhante papel
O teatro consagrou e pede passagem
A Viradouro, meu amor, faz a homenagem

Abigail Izquierdo Ferreira (Rio de Janeiro RJ 1922). Diretora e atriz. Filha do ator Procópio Ferreira, criada desde cedo nos palcos, Bibi Ferreira desenvolve ao longo de sua carreira um reconhecido talento como atriz e diretora de musicais de todos os tipos. Sua pequena estatura se transforma na interpretação de personagens como Joana, de Gota d'Água, ou Piaf, homenagem à cantora francesa.
Entra pela primeira vez no palco aos 24 dias de nascida, substituindo uma boneca que desaparecera da contra-regragem. Seu pai, Procópio Ferreira, inicia a carreira de ator na companhia de Abigail Maia. Aos três anos, estréia no Chile, na companhia Revista Espanhola Velasco, onde sua mãe, Aida Izquierdo, trabalha como corista. Participa de uma turnê por toda a América Latina, interpretando ao final do espetáculo um pout-pourri da própria revista. Volta ao Brasil com pouco mais de quatro anos,e até os 14 participa, de óperas e balés, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Estréia, pelas mãos do pai, na comédia La Locandiera, de Carlo Goldoni, no papel-protagonista de Mirandolina, em 1941. No ano seguinte, viaja com o repertório da companhia para uma temporada em São Paulo, que se estende para o sul do país e interior de São Paulo, em mais de 30 cidades. Em 1944, Bibi inaugura a própria companhia com Sétimo Céu, e contrata, entre outros atores, Maria Della Costa e Cacilda Becker, e a diretora Henriette Morineau
É um momento de transição, marcado por mudanças como a supressão do ponto e a convenção das cortinas no início e final de cada ato. Em 1946, vai para Londres estudar direção na Royal Academy of Dramatics Arts. Na Inglaterra, estuda e trabalha em cinema. Em 1947, estréia como diretora em Divórcio, de Clemence Dane, em que também atua, como filha do personagem interpretado por Procópio. Em 1949 interpreta Carlos, protagonista de O Noviço, de Martins Pena. Com sua companhia, viaja para o sul do país com um repertório de cinco espetáculos.
Na década de 50, recebe o prêmio dos críticos do Rio de Janeiro pela direção de A Herdeira, de Henry James, 1952. Dá aulas de direção e interpretação no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Contratada pela Companhia Dramática Nacional (CDN), dirige, entre outras, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, em 1954. 
Nomeada diretora da Companhia de Comédia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, revela peças brasileiras como A Casa Fechada e Sonho de Uma Noite de Luar, ambas de Roberto Gomes, em 1955. Simultaneamente a essas atividades, mantém a regularidade de suas produções e viagens pelo Brasil. Em 1956, depois de se apresentar em Recife, leva o repertório de sua companhia para Lisboa, atuando também nas apresentações de Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, pela companhia de Procópio, em que ela dirige O Avarento, de Molière, e A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo
Em Portugal, é contratada como atriz de teatro de revista. Sua interpretação da música Tic-Tac - gravada no disco Quando Bate Um Coração - é considerada antológica  pelo comediógrafo César de Oliveira. Retorna ao Brasil em 1960.
Na década de 1960, além de atuar em musicais de teatro e televisão, trabalha em teleteatro. Por sua atuação em My Fair Lady, de Alan Jay Lerner e Frederich Lowe, na temporada paulista do espetáculo, em 1964, ao lado de Paulo Autran, Jaime Costa, Sérgio Viotti e Elza Gomes, recebe o Prêmio Saci, em São Paulo. Em 1968, apresenta na TV Tupi o Programa Bibi ao Vivo, que durante dois anos leva à televisão os maiores nomes do teatro.
Na década de 1970, o musical Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes, dirigido por Bibi, é um sucesso, tanto com Maria Bethânia e Ítalo Rossi, em 1970, quanto com Paulo Gracindo e Clara Nunes, em 1974, quando bate recordes de público no Canecão. 
Em 1972, atua em O Homem de La Mancha, traduzido por Paulo Pontes e Flávio Rangel, com versão das canções feitas por Chico Buarque e Ruy Guerra, que permanece em temporada, em diversas cidades, durante três anos. Em 1975, estréia em Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, sob a direção de Gianni Ratto, que permanece em cartaz até 1977 e recebe os prêmios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes - APCA, pela interpretação de Joana. Em 1976, dirige Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em Deus lhe Pague, de Joracy Camargo.
Na década de 1980, a notoriedade de Bibi Ferreira faz com que receba os mais diferentes convites. Dirige de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas. Assim, em 1980, ela dirige Toalhas Quentes, de Marc Camoletti; em 1981, Um Rubi no Umbigo, de Ferreira Gullar, e Calúnia, de Lillian Hellmann, como Gay Fantasy, revista com travestis que permanece um ano em cartaz no Teatro Alaska, Rio de Janeiro. 
Com sua produção e direção, estréia O Melhor dos Pecados, de Sérgio Viotti, ainda em 1981, em que promove a volta aos palcos de Dulcina de Moraes, após vinte anos de ausência. Em 1983 volta aos palcos com Piaf, A Vida de Uma Estrela da Canção, espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação recebe os prêmios Mambembe e Molière, em 1984, e, no ano seguinte, da Associação Paulista de Empresários Teatrais e Governador do Estado. 
O espetáculo, que faz muitas viagens, permanece seis anos em cartaz e, em quatro anos, atinge um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco. Em São Paulo, o crítico Sábato Magaldi escreve, no Jornal da Tarde, sobre seu desempenho: "A voz poderosa, a interpretação sensível, a pronúncia francesa perfeita só poderiam pertencer à própria Piaf. E fica patente, de imediato, que tamanhos dotes devem ser creditados à nossa atriz. 
Outra grande qualidade da linha escolhida: em nenhum momento Bibi pretende imitar Piaf, confundir a sua voz com a dela. [...] Bibi se fixa menos na cantora temperamental [...] para valorizar de preferência a mulher desesperada, de destino solitário e profunda humanidade, de que não está ausente até a brincadeira moleque. Naquele ser desprotegido, arruinado pela droga, tudo se desculpa, porque se purifica na essência de uma canção maravilhosa. Piaf é, de todos os pontos de vista, a criação maior da carreira de Bibi, feita de tantas iluminações".
No Rio de Janeiro, Macksen Luiz não é menos arrebatado pela interpretação da atriz: "A platéia é, virtualmente, dominada pelo magnetismo de Bibi Ferreira, que ocupa o palco como se estivesse se apropriando do que sempre lhe pertenceu. Mas essa força teatral não se pode atribuir apenas a um talento brilhante, mas a uma preparação técnica como poucos atores brasileiros têm possibilidade de acumular".2
Nos anos 1990, Bibi Ferreira revive seus maiores sucessos remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que canta canções e conta histórias de Piaf. Em Bibi in Concert, comemora 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, faz o Bibi in Concert 2. Em 1996 recebe o Prêmio Sharp de Teatro, encena Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical, e dirige pela primeira vez uma ópera - Carmen, de Georges Bizet, 1999. 

 Viva a cultura e os ícones NACIONAIS! Para que ficar valorizando o que vem de fora se temos tesouros desvalorizados em nosso solo. Que fique bem claro, desvalorizados pela nossa sociedade, já que as escolas de saba há muito tem prestado as melhores homenagens do país, e o que é mais importante, em vida!
Boa semana a todos!

domingo, 12 de junho de 2011

Cidade Maravilhosa ...

Se houvesse uma pesquisa mundial sobre o cartão postal ideal do Brasil, seria muito provável que o Rio de Janeiro estamparia esse cartão! Uma cidade realmente maravilhosa, repleta de cenas que parecem ter sido esculpidas por um grande artista! 
Por ser o berço do maior espetáculo da terra, a cidade do Rio de Janeiro já foi retratado de vários modos no desfile de várias escolas. Enfim, hoje, rendemos uma homenagem à sede das Olimpíadas de 2016 e ao palco da final da copa do mundo de futebol de 2014! 
Porém, o samba escolhido não está entre os mais lembrados pelos críticos: Tradição 1989

Rio, Samba, Amor e Tradição!

Rio de Janeiro
Salve São Sebastião
Santo padroeiro
Samba, amor e Tradição
Esquece a tristeza
Que é hora do Rio cantar
Com tanta beleza
A gente não pode chorar
É na Passarela
É na Cinelândia
A Tribuna Popular
Quero da Vista Chinesa
Ver a natureza se descortinar
Quero outra vez ver meu time
Fazendo esse meu Maracanã vibrar

Copacabana é princesinha a vida inteira
A capital do samba ainda é Madureira
Em Paquetá tem flores
Ilha dos meus amores
Que lembra o amor do Imperador pela marquesa
Lá nos jardins do bairro imperial

Ai, como é lindo a criança
Entrando na dança desse Carnaval (bis)

Rio do mar de Ipanema
A Lapa boêmia
Malandro tem que respeitar
Rio, vem cantar de novo
Sorria, meu povo
Que o Cristo Redentor quer te abraçar

Hoje a minha escola
Veio desfilar
Pra mostrar que o samba
Não pode parar
Oh! Linda morena
Quero ver passar
Num doce balanço
Caminho do mar

Ê, ê, o mar, ê ê o mar
Ê ê o mar, ê ê o mar

Oh! Meu Rio...



Passeando pela letra, vamos viajando pela cidade maravilhosa, desvendando seus "cantos, recantos e encantos", como dizia um enredo da década de 80! De início, a letra pede a benção do padroeiro oficial da cidade: São Sebastião!
Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses do Rio de Janeiro, São Sebastião foi "visto" de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios. 
Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro. 
Logo após, citações de locais importantes para a cidade, como: 
Marquês de Sapucaí
 A Cinelândia!

A Vista Chinesa!

O Maracanã e o Futuro Maracanã!
Copacabana e o seu calçadão!
O bairro Imperial

Sobre o bairro de Madureira somente é necessário dizer que 30 títulos do carnaval carioca encontram-se ali, nas mãos de Portela e Império Serrano. 

Ipanema

Copacabana


  Os arcos da Lapa Boêmia!
É o MALANDRO!

Tudo isso sob o olhar do Redentor!
Toda magia dessa cidade foi apresentada brilhantemente pela escola em seu desfile, não sendo necessárias mais explicações. Aproveitem o vídeo do início do desfile, como todos já sabem, a parte mais empolgante, entrada da bateria, emoção na veia!
Boa semana a todos! 
E viva o Rio de Janeiro!