Sou Cultura viva, pulsando no compasso da bateria! Sou sangue do gigante Brasil!

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"A música Venceu!"

Para fechar o especial "Homenagens" escolhemos uma das mais emocionantes que já foram feitas, com toda certeza! O maestro João Carlos Martins foi a figura principal do enredo! O homenageado!
João Carlos começou seus estudos ainda menino, no dia em que seu pai comprou um piano. Aos oito anos, seu pai o inscreveu em um concurso para executar obras de Bach e ele venceu seu primeiro desafio de tantos outros que estavam por vir. Começou a estudar e com 11 anos, já estudava piano por seis horas diárias.
 Sempre buscou a perfeição para se tornar um verdadeiro intérprete. Venceu concurso em São Petersburgo. Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical mundial.
 Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano.

João Carlos Martins viu-se por diversas vezes privado de seu contato com o piano, como quando teve um nervo rompido e perdeu os movimentos da mão direita em um acidente em um jogo de futebol em Nova Iorque.
Com vários tratamentos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada Contratura de Dupuytren. Novamente teve que parar de tocar, e dessa vez acreditou seria para sempre. 
 Vendeu todos seus pianos e tornou-se treinador de boxe, querendo estar o mais longe possível do que sua carreira significava como músico. Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, e realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Utilizou-se da mão esquerda para suas peças e obteve extremo sucesso com esta atitude.
 Ao realizar um concerto em Sofia na Bulgária, sofreu um ataque em um assalto, e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. E ao se esforçar, sofria dores intensas em suas mãos, principalmente na esquerda. Novamente pensou que nunca mais voltaria a tocar. João perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão, mas dia a dia podia tocar menos e menos com o estilo e maestria de antigamente.
 Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, João Carlos faz um trabalho minucioso de memorizar nota por nota, demonstrando ainda mais seu perfeccionismo e dedicação ao mundo da música. A atuação de resgatar a música para as pessoas que conhecem ou ainda nunca tiveram contato com ela faz parte deste "momento mágico" em que vive o maestro João Carlos Martins. Trabalha diariamente com pessoas de todas as camadas por querer mostrar que realmente "A música venceu!". 
E consegue.
 O desfehco dessa lçinda e justa homenagem foi o títulço indiscutível da Vai Vai em 2011!
Confira o início empolgante do desfile da escola: 
O samba como não poderia deixar de ser, é uma poesia em reverência ao gênio da música clássica!

Feliz da vida lá vem o Bexiga
Exemplo de comunidade
A Música Venceu
O dom é luz que vem de Deus
Da emoção Vai-Vai resplandeceu

Dos céus, em um cortejo divinal
Os deuses da inspiração
Lançam talento a um mortal
Um ser abençoado, que hoje brilha neste carnaval
As sinfonias de Bach regeram seu destino
Orgulho brasileiro
Jovem pianista genial
Em "preto e branco" sucesso internacional

Na sua fé, resistiu !!!
E a dor da adversidade, suplantou !!!
Com muita garra e amor

E assim, na sua força de superação
Buscou a verdadeira vocação
Um novo incidente o quis derrubar
Mas com maestria se pos a lutar
Por seu ideal
Luz da Ribalta que jamais se apagará (se apagará)
E ao som de "Bravos e Aplausos"
A Saracura agora vem cantar



Para finalizar, uma verdadeira obra-prima da cultura musical deste país que ainda infelizmente se desconhece! O maestro João Carlos Martins levou parte da bateria da Vai Vai para uma apresentação em Nova Iorque e só mesmo vendo as imagens e ouvindo os sons da apresentação é que podemos sentir o que foi a criação deste gênio! Mais uma vez o parabéns ao homenageado e APRECIEM!


Até Amanhã!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"A mesma praça, o mesmo banco!"


Em 2002 a escola Unidos de São Lucas apresentou o enredo "Humor, humoral, humorizado - Nóbrega e os filhos do Riso!" em homenagem ao comediante Manuel de Nóbrega, grande idealizador do programa histórico "A praça é nossa", originalmente denominado "Praça da Alegria!"
O samba, bem animado, conta um pouco da inspiração do gênio do humor e ainda conta com um detalhe diferenciado, é interpretado por uma voz feminina na avenida, um toque de classe à homenagem:

Saudade hoje apertou meu peito
E o teu sorriso nunca mais se apagará
Manoel de Nóbrega
Aquariano que nasceu para brilhar!
Viajei nas ondas do rádio
Vi no cinema e na televisão
Como era grande seu talento
Em todo canto ele buscava inspiração
Foi numa tarde tão linda em Buenos Aires
Que sua idéia se imortalizou, e aí
E aí foi num banco lá da praça
Fazendo graça lia seu jornal
Foi Pai do Humor, que felicidade
Brincando eu vou matar saudade

Na mesma praça, no mesmo banco
Uma emoção que não tem fim
Tudo é igual e não sou triste
Porque eu tenho vocês perto de mim

A saga da família continua
Filhos do Riso vieram pra ficar
Encenando seus papéis
São gigantes menestréis
Ah! Como é bom sorrir!
Hoje a Praça é Nossa, estou feliz, está todo mundo aí
Roda baiana, exala teu perfume, mantém a tradição
E a bateria vem no pique da canção
 
Me leva amor, me leva nessa emoção
Minha São Lucas dá um show de alegria
E faz morada no meu coração.


Manoel da Nóbrega, que nasceu como Manoel Soares da Nóbrega, em Niterói, Rio de Janeiro, no ano de 1913 e ainda jovem, quando estudava Economia resolveu iniciar suas atividades na rádio em 1931, quando ainda morava no Rio de Janeiro.
 Nos tempos de rádio e da televisão criou programas humorísticos que ficaram muito famosos como a “Cadeira do Barbeiro”, o “Programa Manoel da Nóbrega” e a “Praça da Alegria”, que teve seu início nos anos 50, na TV Paulista e que fez dele um dos humoristas mais importantes de todos os tempos, além de revelar diversos talentos.
 Manoel, na década de 50 estava viajando por Buenos Aires, e lá ficou a observar atentamente um homem sentado numa praça.
 O homem alimentava os pombos que lá estavam e também dava para perceber que muita gente passava e trocava algumas palavrinhas com ele e isso fez nascer na cabeça de seu pai, Manoel da Nóbrega, a idéia de criar um programa tendo um homem sentado numa praça e conversando com algumas pessoas que por ali passava, nascendo assim a “Praça da Alegria”.
 Imediatamente começou a bolar os personagens baseados muitas vezes nas pessoas que conhecera durante sua vida e assim nasceram os diversos personagens fabulosos que permaneceriam eternos como a jornaleira desbocada do Largo do Machado (Catifunda), uma versão feminina do malandro carioca interpretada magnificamente pela Zilda Cardoso, assim como do Pacífico, personificado por Golias, sem esquecer naturalmente de Rony Rios, com a velha surda, entre muitos outros.


 Depois da TV Paulista a Praça da Alegria mudou-se para a TV Rio e depois veio para a TV Record onde permaneceu por longos anos com grande sucesso. Dizem que no início da década de 60, Manoel conheceu o apresentador Silvio Santos, que acabou comprando o Baú da Felicidade do Manoel e assim fez fama e fortuna, sempre contando com a grande amizade de Nóbrega que o ajudou abrir as portas do sucesso.
 Em 16 de março de 1976, Manoel da Nóbrega se foi, enfraquecido por um câncer. Após algumas mudanças de emissora, de apresentador, mas sempre mantendo o mesmo modelo original criado por Manoel de Nóbrega, em 1987 foi ao ar "A praça é nossa!" permanecendo assim até os dias de hoje, apresentado por Carlos Alberto de Nóbrega mostrando todos os personagens criados pelo seu pai e também os novos personagens criados por outros autores, sempre sentado, e lendo o seu eterno jornal, recepcionando e fazendo escada aos diversos personagens que por ali transitam.
 O tema musical do programa escolhida foi a canção “A Praça” composta por Carlos Imperial e interpretada por Ronnie Von, que assim permanece até os dias de hoje, em suas diversas versões. Incrivelmente, “A Praça” já passa por três gerações: Manoel da Nóbrega o pai; Carlos Alberto de Nóbrega, o filho e Marcelo de Nóbrega, que é o neto e dirige e atua no programa nos tempos atuais.
Confira alguns vídeos da história do humor nacional: 
Praça da Alegria com Manoel de Nóbrega.
 Relembrando a velha surda!

Parabéns ao homenageado do dia, Manoel de nóbrega, gênio do humor e até amanhã!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

"Concebeu o 14 Bis, no desejo de voar"

Em 2006 a escola Unidos do Peruche homenageou Santos Dumont!
 Confira a Letra do samba: 

Luzindo, o Cruzeiro do Sul, vem a Velha Guarda saudar.
Abençoar as baianas, que sorrindo vão girar
As rodas do tempo, embalando a emoção
O passado está presente, fruto da imaginação
Santos Dumont, fez a vida mais feliz
Concebeu o 14 Bis, no desejo de voar
Nas asas da esperança, rasgou céus e rasou mares.
Eis aí "Brasil e França navegando pelos ares",
Luzes coloridas, nesse quadro cultural, brilham
E a Cidade Luz, vira a Paris tropical.
O menino passarinho, deixou seu ninho e ganhou o céu
Um ilustre brasileiro, pra quem tiro meu chapéu

Quando o som da Bateria, ecoar
No pulso, firme o relógio vai marcar
O tempo que o surdo faz o toque de marcação
No compasso do coração

Uma explosão de energia
Regeu em seus dias, loucura e paixão
Amores e a moda francesa
Os sonhos não foram em vão
Hoje, a luz da poesia, acende a alegria
Ao comemorar 50 anos de glória
Clareia a história, de tão lindos carnavais

Esta noite, anuncia.
Tem show no ar, e a Peruche é atração
Cheia de graça, inovando onde passa
Levando à massa, o respeito e tradição




Alberto Santos-Dumont, aeronauta e inventor brasileiro, chamado "Pai da Aviação", nasceu em Palmira ( hoje Santos Dumont ) em Minas Gerais no dia 20 de março de 1873.
Realizador de duas das mais decisivas conquistas na luta do homem pelo domínio do ar : a dirigibilidade dos balões e o primeiro vôo em público em aeronave mais pesada que o ar.
Seu pai, o engenheiro e fazendeiro Henrique Dumont, mandou o filho estudar em Paris, especialmente mecânica, onde, segundo dizia, "repousava o futuro do mundo". Santos-Dumont chegou a Paris no ano de 1891. Construiu seu primeiro balão, a que ele próprio classificou como "o menor, o mais lindo, o único que teve o nome Brasil".


Em julho de 1906 havia dois prêmios instituídos para estímulo dos aeronautas : um de 1.500 francos, oferecido pelo Aeroclube de França ao primeiro avião que, levantando-se por si só, fizesse um percurso de 100m, e outro de 3.000 francos, instituído pelo norte-americano Ernest Archdeacon, para o primeiro aeroplano que por seus próprios meios elevasse a mais de 25m.
No dia 23 de outubro de 1906, com seu famoso '14-BIS', Santos-Dumont ganhou o prêmio instituído por Archdeacon, voando em público pela primeira vez, depois de correr em terra por cerca de 200m. Elevou-se aproximadamente 50m, diante de grande público. Em 12 de novembro de 1906, tornou a voar com o mesmo avião, no Campo de Bagatelle, ganhando o prêmio do Aeroclube de França.


Evoluiu do '14-BIS' até o 'Demoiselle' em 1908. que pesava apenas 103kg, impulsionado por um motor de 30 c.v. e que desenvolvia 90km/h. Com esse aparelho, conseguiu novos recordes mundiais; levantou-se vôo em apenas 6 segundos, depois de correr apenas 10m no solo. O 'Demoiselle' é considerado como tipo padrão de quase todos os aviões que mais tarde foram construídos.
Apartir de 1909, a saúde de Santos-Dumont começou a declinar. O uso do avião na Primeira Guerra Mundial, como arma de guerra, perturbou-o particularmente. Períodos de grande abatimento obrigaram-no, desde então, a períodos de repouso e muitas viagens. Em 1928, de regresso ao Brasil, quando o navio em que viajava se aproximou da Barra do Rio de Janeiro, um avião, batizado com seu nome e conduzindo uma comissão que lhe daria boas-vindas, tombou no mar, próximo ao barco, matando todos os passageiros. Esse acontecimento abalou ainda mais a saúde de Santos-Dumont; convenceu-se de que a fatalidade o perseguia e a todos os que dele se aproximavam. Partiu para a Europa, voltando ao Brasil em 1931 cada vez mais convencido de que era um dos causadores da guerra. Extremamente deprimido suicidou-se, logo após ter notícia do emprego de aviões na revolução paulista de 1932.
 A homenagem aconteceu juntamente com a comemoração dos 50 anos da Unidos do Peruche! Vemos nesse fato o grau de importância dado ao homenageado ao participar da festa do aniversário da escola. 
Além da criação do avião, existe outro grande invento atribuído de certa forma ao "ilustre brasileiro" como diz a letra: seria o relógio de pulso!
No início do século XX, Santos Dumont por necessitar deste modelo por razões práticas, pois tinha as mãos sempre ocupadas em seus balões, pediu a um amigo joalheiro, que lhe fizesse um relógio de pulso especial. Colocou-se então uma pulseira de couro num modelo de relógio de pulso feminino e em 1904 Santos-Dumont passou a usá-lo. Este episódio leva a que se considere o brasileiro como o responsável pela popularização do relógio de pulso entre os homens.
Por fim, uma pequena demonstração do show da bateria da Unidos do Peruche: 
Parabéns a este grande brasileiro! Santos Dumont! E até amanhã!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Desperte a criança em você, SORRIA!

No ano de 2007 uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo, a Unidos do Peruche fez uma grande homenagem ao criador da turma da Mônica, Maurício de Souza, com o enredo: "Com Mauricio de Sousa a Unidos do Peruche abre alas, abre livros, abre mentes e faz sonhar".
O samba é uma grande ode ao criador desses desenhos brilhantes. Não é preciso dizer que o desfile foi uma grande volta à infância de todos que assistiram, afinal de contas, quem não conhece esses personagens? 

Muitas vezes esses personagens importantes da história e da cultura brasileira só são lembrados pós morte, infelizmente. As escolas de samba nesse sentido atuam como guardiãs da nossa história e valorizam os ícones da nossa história em vida, o que com toda certeza é muito mais gratificante para os homenageados.
 
Mauricio de Sousa é sem sombra de dúvida o maior cartunista brasileiro voltado para o mundo infanto-juvenil, mas que agrada também os adultos e criador da famosa "Turma da Mônica". Mauricio nasceu no dia 27 de outubro de 1935, em Santa Isabel, São Paulo, filho do barbeiro Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa e deve ter herdado de sua mãe o gosto pela arte.
Na Capital de São Paulo começou a trabalhar como repórter policial no jornal Folha da Manhã onde permaneceu por quase cinco anos, mas entre uma matéria e outra continuava a dedicar-se ao desenho e mostrá-las aos amigos que trabalhavam com ele no jornal, o que lhe proporcionou a abertura de uma oportunidade para editar algumas tiras para o jornal. Bidu e Franjinha foram as suas primeiras tiras a começar a circular através do jornal em 1959.
Com o decorrer do tempo, Maurício foi criando outros personagens como o Cebolinha, Chico Bento e outros e também iniciou a publicação do tablóide semanal do personagem Horácio, Raposão e não parou mais.
  Outros personagens também surgiram por inspiração de seus filhos e também de seus amigos de infância como Nimbus, Do Contra, Maria Cebolinha, Magali, Marina. Sendo pai de dez filhos, Mauricio teve inspiração de sobra para criar os seus personagens. Quando a Mônica foi lançada em 1970 ela chegou a incrível cifra de 200 mil exemplares.

  As histórias de Mauricio começaram a ultrapassarem fronteiras e ser conhecida fora do Brasil, além disso, suas obras começaram a ser adaptadas para o cinema, televisão, videogames e licenciamentos para diversos produtos utilizando marcas com os seus personagens. Também foi criado um parque temático da Turma da Mônica denominado o Parque da Mônica, que fica no Shopping Eldorado, na Capital de São Paulo, além de outro em Curitiba e Rio de Janeiro.

Por fim, uma breve entrevista com o homenageado, onde fala um pouco sobre sua trajetória!
 Mais uma vez Parabéns ao homenageado do dia e até amanhã!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Meu coração é Sertanejo!"

Em 2005 a escola X-9 Paulistana prestou homenagem a uma das maiores duplas sertanejas do país. 
  José de Lima Sobrinho e Durval de Lima, ou simplesmente Chitãozinho & Xororó são dois irmãos naturais da cidade de Astorga, estado do Paraná. O primeiro disco oficial foi "Galopeira" em 1970, mas o reconhecimento do grande público veio em 1982 com a música "Fio de Cabelo" do disco Somos apaixonados, que vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e abriu as portas das rádios FM´s para a música sertaneja. Tudo na vida da dupla passou a ser separado como antes e depois dessa canção.

Confira a letra do samba que rendeu à escola o vice campeonato no carnaval de 2005:

A poesia vem no vento
Soprando amores lá do sul
Vem, com dois meninos passarinhos
Vozes em um canto em comum:
Pai, suas canções e lições eu decorei
Nas suas lutas e sonhos, eu me espelhei
Poeiras de um caminhão, violas e violões
Fogueiras e recordações...
Voei, cantei, pelos palcos, pelo chão do meu país
E nas lonas da ilusão, fui calouro e aprendiz
Cantei, voei, de tanto amor a fé não se desfez
Tocou no rádio e no meu coração: 'Tente outra vez'

É bailão, é rodeio
'Um fio de cabelo no meu paletó'
Na palma da mão eu também to no meio
Com Chitãozinho e Xororó

Alô, cowboy do asfalto é pura emoção
Cheia de charme eu quero bis
Brincar de ser feliz
Cuidar dos filhos desse mundo
Recomeçar no rancho fundo
Onde canta a majestade, o sabiá
São evidências, corpo e alma
Meu irmão, meu par
Porque nascemos pra cantar!

Meu coração é sertanejo
Essa dupla me fascina
Canta X-9, que a Zona Norte
É 100% adrenalina

No ano de 1995 encabeçaram o evento Amigos, um show com as três maiores duplas sertanejas do Brasil que contava com Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, e eles, Chitãozinho e Xororó. O show foi em São Caetano do Sul, onde estiveram mais de 100 mil pessoas.Antes e depois desse período tiveram vários programas de televisão, sempre com o mesmo molde: música sertaneja de raiz e muitos convidados em um roda de conversa.
A letra do samba forma uma verdadeira colcha de retalhos dos diversos sucessos apresentados ao longo de uma carreira de mais de 40 anos de muito sucesso. Confira as iumagens iniciais do desfile: 
 Mais uma vez, uma escola de samba rende-se ao produto nacional, de raiz caipira, sertaneja, sem estrangeirismos, modismos, estrelas instantâneas. É mais um exemplo de que as preferências populares estão muitas vezes melhor representadas no carnaval do que nas mãos da mídia nacional. É claro que o caso dessa dupla de enorme sucesso extrapolou os limites dos gostos musicais, sendo praticamente unanimidade a sua qualidade. 
Enfim, parabéns à escola por esta justa homenagem e congratulações aos homenageados!
Até amanhã, com a continuação do especial "Homenagens!"

domingo, 15 de janeiro de 2012

Especial "HOMENAGENS"

São comuns as homenagens das escolas de samba a personalidades do mundo musical, político, esportivo, artístico em geral ou mesmo figuras representativas do nosso país. Durante essa semana a cada dia mostraremos uma dessas homenagens, textos curtos, jogo rápido!
 De início, seguimos à zona leste de São Paulo, de onde em 2009 surgiu a homenagem à Regina Casé, grande apresentadora de televisão, que ao longo de sua carreira se caracterizou pela temática popular, cultural, sobretudo enfocando as periferias, berço da escola de samba Leandro de Itaquera, que fez essa homenagem!
 De início, confira a letra muito representativa do samba: 

POVO FORTE, SONHADOR ÔÔ
VALENTE, CHEIO DE ESPERANÇA
OH! SOLIDÁRIO SERTÃO, SOFRIMENTO, ILUSÃO, ADEUS ASA
BRANCA
GENTE QUE SOBE O MORRO, CONSTRÓI SUA VIDA COM
DIGNIDADE
FAVELA... A NOSSA RAIZ, CARENTE... MAIS SEMPRE FELIZ
DE RAÇAS, CULTURAS TÃO LINDAS, PATRIMÔNIO NACIONAL
O SAMBA QUE DESCE A LADEIRA E TRAZ A CIDADE INTEIRA...
PRA BRINCAR O CARNAVAL

 É A FÉ, MUITO AXÉ... A BENÇÃO MEUS ORIXÁS
GIRA AÍ, DIZ NO PÉ... ENERGIA, SARAVÁ
AH! SEU ZÉ... MAIS QUANTA ALEGRIA!
SWINGA MAJESTOSA BATERIA!
 
ASSIM É O NOSSO DIA-A-DIA, DO SONHO A REALIDADE
COM EDUCAÇÃO E CIDADANIA, TRABALHO, ESPORTE PRA
COMUNIDADE
NOTÍCIA BOA É ASSIM VEM EM TOM DE IGUALDADE

SE LIGA NO SOM, TEM RAP DO BOM, É FUNK
É BREGA, PAGODE NA PALMA DA MÃO

ESTRELA A BRILHAR, NO TEATRO, CINEMA E NA TV
PÕE A BOCA NO TROMBONE PRA ALERTAR
EM PROL DOS DIREITOS DE VIVER
EU, TU, ELES A SAMBAR NA CENTRAL DA PERIFERIA
HOJE VAMOS COROAR UM EXEMPLO DE MULHER
SALVE, SALVE REGINA CASÉ... SALVE, SALVE REGINA CASÉ!

SOU LEANDRO, SOU GUERREIRO DA PERIFERIA
TENHO GARRA, VOU À LUTA... SOU LEÃO
MEU PAVILHÃO É LUZ QUE IRRADIA
A VERMELHO E BRANCO DO MEU CORAÇÃO.

A Letra reflete a luta dos moradores das periferias e os desejos de uma vida mais digna, pela qual a homenageada sempre serviu de divulgadora. A seguir sina a energia da arrancada da escola com os tradicionais gritos de guerra da escola e um vídeo do início do desfile. 
As escolas da zona leste vivem altos e baixos no carnaval de São Paulo, as mais tradicionais, Leandro de Itaquera e Nenê de Vila Matilde estão lutando em 2012 pela volta ao grupo especial, o que esperamos que aconteça. Uma região economicamente tão desprestigiada mas culturalmente tão bem representada não pode ficar de fora do grupo especial das escolas de samba de São Paulo. 

Essa homenagem dá início à série dessa semana e mostra que muitas vezes os ícones passageiros que recebem muitos holofotes da mídia nem sempre são efetivamente os heróis ou ídolos do povo brasileiro. Essas homenagens feitas por toda uma comunidade de cada escola de samba acreditamos que representam muito mais em termos de sinceridade e emoção verdadeira. 
Fica aqui nossa homenagem à Regina Casé! 

Amanhã tem mais homenagem!

sábado, 14 de janeiro de 2012

E de lá pra cá só céu e mar e ESPERANÇA!

Inaugurando os trabalhos de 2012, um samba magistral e um desfile da mesma forma deslumbrante, trazendo para o piso da Marquês de Sapucaí a mais pura história do Brasil.
Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira da Imperatriz Leopoldinense em desfile.

Em 1996 a Imperatriz Leopoldinense buscava o tri campeonato de um forma muito forte, mas ele não veio. Apesar disso, o samba contou de forma muito clara a história de Carolina Josefa Leopoldina no enredo "Imperatriz Leopoldinense honrosamente apresenta "Leopoldina a Imperatriz do Brasil", de autoria da memorável Rosa Magalhães, responsável pela abertura dos jogos panamericanos do Rio de Janeiro de 2007!
Comissão de Frente da escola no ano de 1996.


Diz a letra do samba: 

Atravessou o mar
Temendo a invasão a Portugal
Desembarcando aqui, toda a família real
O tempo passou
D. Pedro precisava se casar
E foi da Áustria, a escolhida,
Carolina Josefa Leopoldina
Clareia, Viena
Num raro espetáculo de cor
Pela vontade do rei
Marialva, o marquês
A Europa deslumbrou
Viena clareia
O noivado se realizou
Diamantes são presentes
Junto a um rico medalhão
Que fascina Leopoldina
Que casa por procuração
 
E de lá pra cá
Só céu e mar ... Esperança
Do eldorado encontrar
O paraíso ... E bonança
 
E ao chegar, o seu olhar se encantou
Linda aurora, fauna e flora
Revela o amor por esse chão
E a Pedro impele em carta
Independência ...
da nossa nação (lá vem raiz)
ÔÔÔ Lá vem raiz
A Leopoldina é imperatriz
É carnaval, é samba verdadeiro
Eu me orgulho de ser brasileiro
Mais uma vez temos a referência à vinda (ou fuga) da família real portuguesa para o Brasil em 1808 após o decreto do bloqueio continental imposto por Napoleão à Europa. O Bloqueio Continental foi um decreto datado de 21 de novembro de 1806, que consistia em impedir o acesso a portos dos países dominados pelo Império Francês a navios da Inglaterra. Com isso, o principal objetivo era isolar economicamente as Ilhas Britânicas, sufocando suas relações comerciais.

  O Governo de Portugal se recusava á aderir ao bloqueio devido á sua aliança com a Inglaterra, da qual era extremamente dependente. Suas riquezas vinham de suas colônias, principalmente do Brasil. Com um reino decadente, Portugal não tinha como enfrentar Napoleão. Assim, a solução encontrada, com o forte auxílio dos ingleses, foi trazer toda família real ao Brasil!
 Essa foto é da comissão de frente da mocidade no ano de 2008 que representava exatamente a vinda da família real!

Mas... o objetivo principal do desfile era retratar a história da futura esposa de D. Pedro I, que necessitava de um casamento. Como todos já devem saber, nessa época e sobretudo em relação às grandes famílias reais, os casamentos eram arrtanjados e coube ao Marquês de Marialva a tarefa de encontrar uma esposa para D. Pedro I. 
 E como diz o samba  "E foi da Áustria, a escolhida, Carolina Josefa Leopoldina!". A arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena teve desde pequena, uma educação esmerada, adquirindo conhecimentos científicos, políticos, históricos e artísticos, além de aprender idiomas estrangeiros, especialmente o francês. 
No final de 1816, começaram as negociações de seu casamento com o príncipe herdeiro do trono português, D.Pedro I, filho de Dom João 6º e Carlota Joaquina. Através desse casamento, Portugal ligaria a Casa de Bragança a uma das mais fortes monarquias européias, além da possibilidade de se livrar do domínio político da Inglaterra. Já para a Áustria, era a possibilidade de entrar no comércio tropical.
 Cena da minissérie "O Quinto dos Infernos", onde é retratado o choque no encontro dos noivos, que só haviam se visto através de retratos e cujo casamento havia sido realizado através de uma procuração.

Com a mulher, dom Pedro informava-se de muitas coisas da Europa. Além de uma boa visão política, ela era a pessoa que mais podia influenciar o príncipe a renunciar à idéia do retorno a Portugal. Com a iminência de uma guerra civil, que pretendia separar a Província de São Paulo do resto do Brasil, no dia 13 de agosto de 1822, Dom Pedro I passou o poder a Dona Leopoldina, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o país durante a sua ausência e partiu para São Paulo.
 Nesse meio tempo, a princesa regente recebeu notícias que Portugal estava preparando uma ação contra o Brasil. Sem tempo para aguardar a chegada de Dom Pedro I, Dona Leopoldina, aconselhada pelo ministro das Relações Exteriores, José Bonifácio, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822 com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, que seu marido oficializou a 7 de setembro, com o famoso grito às margens do Ipiranga.
Para finalizar, os momentos iniciais do desfile e toda a emoção da escola na busca pelo tricampeonato!


Uma ótima semana a todos e não percam o especial "Homenagens" dessa semana. Todo dia, uma atualização sobre um enredo em homenagem a um grande nome da história do Brasil!
Até breve!